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Governo pode afrouxar mais o câmbio

Próximas medidas podem ser retirada de IOF nos empréstimos de até um ano no exterior e no mercado futuro

Saldo de investimento financeiro está negativo em US$ 6,5 bi no ano, o que indica mau humor com o mercado nacional

VALDO CRUZ DE BRASÍLIA MARIANA CARNEIRO TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

A resistência de queda da moeda americana pode fazer com que o governo acione novas medidas para facilitar a entrada de recursos estrangeiros e o recuo do dólar.

Entre as medidas na mesa da equipe econômica está zerar a cobrança de IOF sobre empréstimos externos e em operações de venda de dólares no mercado futuro.

Na primeira, incide imposto de 6% para captações de até um ano, e, na segunda, de 1% na saída da operação.

Segundo assessores, no "curtíssimo prazo" o governo deve esperar a reação do mercado ao fim da cobrança de IOF sobre renda fixa para estrangeiros. Mas retirar o imposto sobre empréstimos externos é uma "carta na manga" e pode vir a ser adotada.

No ano passado, o governo começou a reduzir o prazo de incidência do imposto, na tentativa de estimular a entrada de dólares e evitar a alta da moeda americana.

Outra possibilidade é fazer mudanças no IOF cobrado no mercado futuro de dólar.

Essa ideia tem cada vez mais adeptos no mercado.

"Houve uma piora dos fundamentos da economia. Os fluxos de recursos [para o Brasil] já não são tão brilhantes. O outro IOF, sobre a posição vendida, deveria ser retirado", diz o economista-chefe do Citi, Marcelo Kfoury.

O fluxo cambial financeiro (entradas e saídas de dólares referentes ao mercado financeiro), de janeiro a maio, acumula um saldo negativo de US$ 6,5 bilhões neste ano.

No mesmo período do ano passado, a conta estava positiva em US$ 1,5 bilhão. Isso indica um certo mau humor de investidores com o Brasil.

O governo, entretanto, prefere evitar esse tipo de mudança, por acreditar na sua importância para combater a especulação cambial.

Na equipe econômica, a expectativa é que o mercado se normalize nos próximos dias, mas isso depende do cenário externo, afetado pela recuperação da economia dos EUA.

O crescimento americano absorve recursos hoje dispersos em outros países.

PERSPECTIVAS

O receio de assessores presidenciais é o dólar subir, nos próximos dias, para R$ 2,20, o que poderia ter efeitos negativos sobre a inflação.

Segundo Kfoury, do Citi, a cada R$ 0,10 de alta do dólar, o impacto estimado na inflação é de cerca de 0,20 ponto percentual. Um impacto dessa magnitude poderia elevar a inflação esperada para este ano de 5,8% para 6%, caso o dólar estacione em um patamar mais elevado.

No mercado, as apostas se concentram entre R$ 2,05 e R$ 2,10, abaixo do atual. Mas isso depende da diminuição da volatilidade no câmbio.

"Não vejo o dólar se depreciar em poucos dias. Os bancos e os investidores estrangeiros perderiam muito abandonando suas apostas neste momento", disse Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO.


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