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Agência vê sinais ambíguos e ameaça rebaixar Brasil

S&P cita como riscos possível piora no setor externo e economia mais lenta

Governo diz que política não mudou e confiança voltará no 2º semestre, com as concessões de infraestrutura

TONI SCIARRETTA TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

A agência de classificação de risco Standard & Poor's ameaçou ontem rebaixar a avaliação de risco do Brasil, citando a "perda de credibilidade" do governo, que dá "sinais ambíguos" sobre a condução da política econômica.

É a primeira ameaça de rebaixamento da avaliação de risco de o país honrar sua dívida desde 2008, quando o país obteve o grau de investimento, selo de bom pagador.

Ela ocorre no momento em que o governo tem dificuldades para conter a desvalorização do real e pode ter forte impacto hoje nos mercados.

"Poderemos reduzir a nota do Brasil se o fraco crescimento, a piora nas contas públicas, a deterioração no balanço de pagamentos, e a perda de credibilidade na condução da economia reduzirem a capacidade do país de administrar choques externos", afirmou a agência.

Segundo o analista Sebastian Briozzo, o Brasil terá o terceiro ano consecutivo de crescimento modesto --reflexo do fraco desempenho das exportações e da redução dos investimentos pelas empresas, que perderam a confiança devido a "sinais ambíguos" da política econômica.

"Por que, apesar da melhora que o Brasil teve, o nível de investimentos tem sido tão baixo? Vai ser difícil elevá-lo com esse problema de confiança", diz Briozzo à Folha.

O rating brasileiro está em "BBB", uma escala acima do "grau de investimento", obtido em maio de 2008.

Na avaliação da agência, a chance de rebaixamento é de uma em três nos próximos dois anos. Nesse período, a agência prevê aumento da dívida líquida do governo em relação ao PIB, que será prejudicado pelos atrasos na implementação de medidas que incentivem o investimentos em infraestrutura.

A agência também alerta sobre a expansão do crédito pelos bancos públicos. Para a S&P, o aumento nos empréstimos para estimular o consumo podem causar resultar em inadimplência elevada.

A perspectiva negativa para o rating brasileiro afeta as estatais, como a Petrobras.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, disse que a S&P não fez mudanças na nota brasileira, mas emitiu um sinal de alerta sobre as perspectivas da economia.

"Eles fazem um alerta sobre a questão fiscal, mas asseguramos que ela não mudou e que vai garantir a manutenção da redução da dívida pública em relação ao PIB", disse o secretário.

Quanto ao outro alerta, sobre a confiança dos investidores, ele disse que a tendência é de recuperação no segundo semestre, principalmente por causa dos leilões de concessões de rodovias, ferrovias, aeroportos e portos que serão feitos neste ano.


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