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Possível alta no custo financeiro de firmas derruba Bolsa de SP

Dólar sobe 0,35% e termina semana de negociação a R$ 2,134; alta virou tendência com recuperação dos EUA

Analistas acreditam que as demais agências de risco também devem colocar nota do Brasil em possível revisão

TONI SCIARRETTA MARIANA CARNEIRO ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

As empresas brasileiras foram as primeiras a sentir a ameaça de rebaixamento da nota brasileira pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. A Bovespa terminou o dia com baixa de 2,39%, refletindo o provável aumento no custo de financiamento das empresas brasileiras no exterior.

Na esteira da avaliação do país, foram também colocados em perspectiva negativa as notas de risco de oito instituições financeiras, além das estatais Petrobras, Eletrobras, BNDES, Banco do Brasil e Bando do Nordeste.

A nota de risco das agências serve como balizadores para os investidores exigirem taxas maiores ou menores para comprar títulos de dívida das empresas.

As três estatais com ações em Bolsa puxaram as perdas ontem. As ações preferenciais (sem voto) da Petrobras e da Eletrobras caíram 3,19% e 5,26%. Já os papéis ordinários (com voto) do Banco do Brasil recuaram 2,71%.

O mau humor contaminou também as ações de outras empresas com pouca relação com o governo, como Gerdau (-1,23%) e Vale (-1,76%).

Segundo Luis Octavio Leal, economista-chefe do Banco ABC, a decisão da S&P tem reflexo imediato sobre o valor das empresas, pois os investidores se antecipam a um possível rebaixamento da nota e isso afeta os papéis hoje.

"É diferente do que ocorre com a avaliação do país, que só sente o aumento no custo de financiamento quando a nota é alterada", diz ele.

"As empresas também pagarão juros maiores porque aumentaram as taxas dos títulos do governo e das companhias dos EUA", diz Newton Rosa, da SulAmérica.

A agência de classificação de risco S&P colocou perspectiva negativa na nota brasileira anteontem. Mas o rating permanece inalterado em BBB --ainda grau de investimento, selo de bom pagador.

A tendência, segundo analistas, é que as demais agências sigam o mesmo caminho.

"Com a situação fiscal piorando e a deterioração das contas externas, associado a um baixo crescimento da economia, era esperado que em algum momento as agências alterassem a avaliação do Brasil", afirma Eduardo Velho, economista-chefe da corretora INVX Global Partners. "Esse movimento pode ser repetido por outras agências."

Também para a Moody's e para a Fitch, o Brasil é grau de investimento. A Moody's mantém uma perspectiva positiva, reafirmada em fevereiro. Já a Fitch tem avaliação estável do país desde 2011.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse esperar que não seja alterada a avaliação do país e da estatal. "Estamos muito confiantes de que, aconteça o que acontecer, vamos manter o grau de investimento".

No mercado de câmbio, o dólar registrou alta de 0,35%, negociado a R$ 2,134, fechando uma semana de forte volatilidade. A valorização da moeda americana se tornou uma tendência desde que ficaram mais claros os sinais de que os EUA estão se recuperando --e, com isso, atraindo recursos dos emergentes.


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