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BRF dará freezer para ampliar vendas

Inspirado na Ambev, plano pode aumentar a participação de mercado em 15% dentro de quatro anos

Falta de refrigeração limita comercialização de produtos de valor a 120 mil locais; com plano, serão 400 mil

JULIO WIZIACK MARIANNA ARAGÃO TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

A BRF, maior empresa de alimentos do país criada após a fusão entre Perdigão e Sadia, em maio de 2009, decidiu implantar o "modelo Ambev" para ganhar até 15% de participação nas vendas internas em quatro anos.

No passado, a Ambev, que se tornou um gigante mundial de bebidas, investiu na compra e na oferta de refrigeradores para fidelizar os pontos de venda.

A Folha apurou que a BRF pretende fazer algo parecido. Embora cubra 98% do território nacional a partir de 33 centros de distribuição, a companhia enfrenta um problema para ampliar seus pontos de venda --a falta de refrigeradores para acondicionar as mercadorias, especialmente aquelas de maior valor agregado (congelados e comidas prontas).

Por isso, a companhia está fazendo os cálculos para comprar refrigeradores que serão distribuídos gratuitamente aos revendedores.

Hoje, eles somam 120 mil e, com o incentivo, poderão chegar a 400 mil. O potencial é ainda maior: existem atualmente cerca de 1 milhão de pontos de venda no país sem equipamentos adequados.

Com essa estratégia, a BRF estima um salto de 65% de participação no mercado interno (em volume) para 80%.

Parte do investimento necessário para a compra dos equipamentos virá do corte de custos resultante da integração total entre as duas empresas (Sadia e Perdigão). Ainda há duplicidade de cargos, por exemplo, principalmente na parte operacional.

A BRF não quis comentar.

GESTÃO AGRESSIVA

Esse plano já reflete as mudanças na BRF iniciadas em fevereiro pelo fundo de investimento Tarpon e pelos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil) e Petros (Petrobras).

Esses investidores, que juntos detêm 33,4% de participação, não conseguiam maioria no conselho para uma gestão mais arrojada.

Queriam, por exemplo, rapidez no plano existente de globalização da empresa e na construção das fábricas no exterior, algo que turbinaria as receitas.

Também pretendiam uma gestão agressiva para o mercado local e cortes de custo, medidas que aumentariam a rentabilidade.

Para colocar o plano em prática, os fundos se aliaram, conseguiram criar um novo assento no conselho, que passou a ser presidido pelo empresário Abilio Diniz.

A principal missão de Abilio é justamente melhorar a distribuição dos produtos da BRF.

EMPRESA GLOBAL

O programa de internacionalização prevê que as unidades de negócios, no Brasil e no exterior, se transformem em subsidiárias controladas por uma empresa, que será criada.

Essa reestruturação está prevista para novembro. O atual presidente da BRF, José Antônio Fay, deverá assumir o comando da controladora. Por isso, a unidade brasileira terá um novo presidente.


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