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Superavit recua, e meta fiscal para o ano fica distante
Governo se compromete a economizar 2,3% do PIB para reduzir dívida, mas consultoria vê espaço para só 1,6%
Queda reflete desafios de enfrentar crise global e de tornar indústria mais competitiva com desonerações, diz BC
Apesar da recuperação em maio, a economia do setor público para pagar juros da dívida continua em queda no ano, indicando que será difícil cumprir a meta do governo para 2013.
Impulsionado por receitas extraordinárias, o superavit primário somado dos governos federal, estaduais, municipais e das estatais foi de R$ 5,7 bilhões em maio, mais que o dobro do saldo de um ano antes (R$ 2,7 bilhões), informou ontem o Banco Central.
O saldo obtido de janeiro a maio deste ano (R$ 46,7 bilhões), porém, é bem menor do que o do mesmo período de 2012 (R$ 62,9 bilhões).
Em 12 meses, o superavit acumulado é de R$ 88,8 bilhões, apenas 1,95% do PIB (Produto Interno Bruto).
A promessa do Ministé- rio da Fazenda é que a taxa suba para 2,3% do PIB até dezembro.
Para tanto, se for necessário, a União vai cobrir o que os governos regionais não cumprirem de suas metas.
A expectativa é que os governos regionais mais estatais terminem 2013 com um superavit primário de 1% do PIB. O resultado acumulado em 12 meses até maio, porém, é de apenas 0,36% do PIB.
Para a consultoria LCA, o desempenho das contas públicas até maio é compatível com um superavit primário do setor público de apenas 1,6% do PIB no ano.
A expectativa mediana do mercado também é menor, de apenas 1,8%.
A LCA destaca que as manifestações que ocorrem no país têm demandas que pressionam as contas públicas nos próximos anos, com mais gastos em saúde e educação, por exemplo.
No curto prazo, porém, a consultoria não vê um risco relevante de redução da economia do setor público, já que o os governos estão tentado compensar o aumento dos subsídios já prometidos ao transporte com cortes de outros gastos.
DÍVIDA
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que a queda do superavit no ano reflete os desafios de enfrentar a crise mundial e elevar a competitividade da indústria nacional com desone- rações.
O economista destacou, porém, que a dívida líquida sobre o PIB continua recuando, o que é um "aspecto positivo da situação fiscal".
Em maio, essa relação ficou em 34,8%, a menor da série histórica, iniciada em 2001, e a previsão do BC que ela recue mais em junho, para 33,8%.