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Alta do dólar reduz dívida do governo

Mesmo com esforço fiscal menor neste ano, compromisso se reduz com efeito da valorização cambial sobre reservas

Estimativa de economista indica que dívida poderá fechar o ano mais baixa se dólar chegar a R$ 2,25

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

A alta do dólar está ajudando a reduzir a dívida pública, apesar da deterioração das contas do governo neste ano.

Mesmo com aumento das despesas acima das receitas, a dívida líquida encolheu em maio e economistas afirmam que ela pode fechar o ano abaixo da verificada em 2012. Isso porque as reservas internacionais em poder do BC, de cerca de US$ 371 bilhões, aumentam de valor em reais à medida que o dólar sobe, e essa quantia é abatida do passivo do governo.

A valorização das reservas era esperada com a alta do dólar. Mas o efeito redutor sobre a dívida ficou mais relevante com o aumento expressivo dessa poupança mais recentemente. As reservas são hoje quase o dobro do que eram em maio de 2008, antes da eclosão da crise global.

A contribuição chega a calhar em um momento de piora das finanças do governo.

Segundo cálculos do Itaú Unibanco, enquanto as despesas do governo federal cresceram em média 2,7% nos últimos seis meses, em comparação com o mesmo período do ano passado, as receitas subiram 1,4%.

Nos 12 meses encerrados em maio, a dívida líquida recuou de 35,5% do PIB para 34,8%. A alta do dólar, que subiu de R$ 2 para R$ 2,13, foi decisiva para a redução.

Estimativa de Marcelo Oreng, do Itaú Unibanco, mostra que, se a moeda americana chegar a R$ 2,25 ao fim do ano, a dívida poderá ter uma leve queda em 2013, apesar do esforço fiscal menor.

O retrato das finanças públicas não permite aos economistas projetarem um esforço fiscal (superavit primário) superior a 1,6% do PIB, embora o ministro Guido Mantega (Fazenda) sustente que buscará 2,3% do PIB.

Além do crescimento econômico lento, que deprime a arrecadação, o governo vem fazendo desonerações, como para eletrodomésticos, automóveis e transporte coletivo.

"Trocar o superavit primário pelo efeito do câmbio na dívida não é neutro. Há consequências para a economia", diz Oreng. "É preciso considerar o impacto inflacionário da alta do dólar."

A valorização da moeda americana encarece importados e produtos brasileiros vendidos no exterior.

O economista Felipe Salto, da Tendências, observa que contar com o dólar sobre a dívida é também arriscado, pois se trata de uma variável volátil. "Não se trata de uma melhora de solvência."


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