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Tecnologia mais destrói do que cria emprego, diz estudo

Máquinas substituem as pessoas sem que haja criação de novas funções nos EUA, aponta pesquisa do MIT

Automação chega aos serviços, setor que tradicionalmente é o que mais gera vagas

(CLARA ROMAN) COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O desenvolvimento tecnológico nos EUA está destruindo empregos em uma velocidade maior do que é capaz de criá-los, segundo estudo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

Ao relacionar os dados de desemprego e de produtividade do país, Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee, ambos do instituto, concluíram que novas tecnologias, como robôs e softwares, substituem o trabalho humano, sem criar alternativas de empregos.

Historicamente, incrementos em produtividade geram desemprego momentâneo. O crescimento proporcionado, no entanto, compensa a perda inicial.

A partir de 2000, aponta o estudo, isso para de ocorrer: a produtividade continua a crescer, mas a criação de empregos perde força.

Esse fenômeno explicaria o desemprego em outros países desenvolvidos, como os da zona do euro.

Até os anos 2000, os ganhos de produtividade reduziam a demanda de empregos na indústria, mas os trabalhadores eram absorvidos pelo setor de serviços.

Agora, as inovações substituem trabalhos corriqueiros nesse setor. Um exemplo é o Kiva, robô usado por empresas de comércio eletrônico em seus centros de distribuição.

Outra consequência desse fenômeno é o aumento da desigualdade social. O estudo mostra que, desde 1975, a renda média das famílias norte-americanas cresceu em uma proporção muito menor do que o PIB do país. A partir de 2000, esse processo torna-se mais visível.

"É algo estrutural do capitalismo industrial e que vem assumindo diversas formas ao longo dos séculos, com avanços e recuos. A questão sempre é saber se haverá um ponto intolerável para o sistema, que simplesmente o inviabilizaria. Alguns marxistas, como [o filósofo húngaro István] Mészaros, dizem que a crise atual vem daí mesmo", afirma Jorge Grespan, professor do Departamento de História da USP.

BRASIL

No Brasil, o cenário é invertido. De acordo com José Pastore, professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), o Brasil está atrasado no processo de automação da economia. Ao mesmo tempo, o aumento do consumo estimulou a geração de em- pregos de baixa produtividade, no setor comercial e de serviços.

"Como o setor de serviços estava contratando muito, o industrial teve que aumentar o salário acima do ganho de produtividade", afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Com isso, a indústria nacional perdeu competitividade e os preços no setor de serviços aumentaram.


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