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Finanças pessoais

Você pode perder dinheiro em investimentos de renda fixa

Sérgio é um investidor conservador. Correr riscos é uma experiência que ele procura evitar sempre que possível. Na hora de escolher o produto de investimento, ele prefere o certo ao incerto. Quer saber quanto vai ganhar, mesmo que seja menos do que outras alternativas que prometem lucros maiores.

Coerente com seu perfil de risco, Sérgio escolheu um banco de sua confiança para minimizar o risco de crédito e fez um depósito a prazo (CDB) no valor de R$ 100 mil pelo prazo de dois anos. Negociou uma taxa prefixada de juros de 10% ao ano, predeterminando o valor de resgate da operação em R$ 121 mil.

Sérgio entendeu, depois de uma boa conversa com a gerente do banco, que a aplicação não garante a rentabilidade de 10% ao ano caso ele precise de dinheiro no meio do caminho, resgatando o CDB antes do vencimento. A operação garante o valor de resgate na data do vencimento. Se precisar de dinheiro antes, Sérgio corre o risco da oscilação da taxa de juros. Vamos entender melhor que risco é esse simulando três cenários: quanto vale o CDB caso seja resgatado no meio do caminho.

UM ANO DEPOIS...

Juro estável: a taxa de juros se manteve em 10% ao ano e o valor atual do CDB de Sérgio é de R$ 110 mil. Se ele vender o título hoje, receberá exatamente a taxa que negociou no momento da operação, calculada pelo prazo a decorrer até o vencimento, descontada do valor de resgate.

Juro cai: a taxa de juros praticada no mercado é de 7% ao ano. Sérgio ganharia dinheiro porque poderia vender o CDB por R$ 113.084. A rentabilidade da operação nesse cenário seria de 13,08% sobre o capital investido.

Juro sobe: a taxa de juros praticada no mercado é de 13% ao ano. O valor atual do CDB do Sérgio é de R$ 107.080. A venda antecipada desse título proporcionaria uma rentabilidade de apenas 7,08% que, embora positiva, é menor do que a expectativa de ganho na contratação.

PRAZO X PREÇO

Se o CDB de Sérgio fosse mais longo, cinco anos, por exemplo, o resultado seria diferente? Muito diferente! O prazo amplia o impacto provocado pela oscilação dos juros; o ganho é maior no cenário de queda dos juros e a perda é maior no cenário de elevação dos juros.

Se Sérgio tivesse comprado o CDB a 10% ao ano, pelo prazo de cinco anos, e vendesse antecipadamente, faltando ainda quatro anos para o vencimento, a rentabilidade seria de 10% ao ano em cenário de estabilidade, lucro de 22,8% no cenário de queda dos juros para 7% ao ano, e prejuízo de 1,22% no cenário de elevação dos juros para 13% ao ano. Nesse último cenário de alta de três pontos percentuais, de 10% para 13% ao ano, Sérgio receberia menos do que aplicou!

TÍTULOS DO TESOURO

Agora imagine o impacto que a elevação dos juros provoca em um título que vence em 2021, ou 2035! Uma pequena oscilação na taxa de juros provoca uma desvalorização gigantesca no valor do título. Compare a rentabilidade bruta dos principais títulos públicos em 2012, cenário favorável de queda nos juros, com a rentabilidade no primeiro semestre de 2013, cenário desfavorável de alta nos juros.

Todos os investidores que compraram títulos públicos via Tesouro Direto estão acompanhando a desvalorização de suas aplicações. Os cotistas de fundos de investimento de renda fixa também.

Os participantes de planos de previdência, PGBL ou VGBL, estão assustados porque alguns apresentam rentabilidade negativa. Para tentar ganhar mais do que a taxa básica da economia, os fundos investem em títulos mais longos, aumentando o risco das carteiras.

Se identificou com a história do Sérgio e descobriu que não tem estômago para enfrentar essa turbulência? Aguente firme e espere pela recuperação dos preços. Se o desconforto é muito grande, reduza sua posição e transfira uma parte de seus recursos para investimentos mais moderados, atrelados à taxa DI ou taxa Selic.

Você é conservador, não gosta de correr risco mas está descontente com a rentabilidade da poupança? Entenda muito bem as alternativas de investimento que lhe são apresentadas antes de tomar uma decisão. Saiba que onde há rentabilidade, como a de 2012, há risco. Pense muito bem antes de cair em tentação.


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