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Análise
Vendas no primeiro semestre devem ser as piores em anos
Sozinho, gasto das famílias não é suficiente para impulsionar o PIB brasileiro
Os resultados das vendas do varejo (PMC) em maio confirmam o que todos já desconfiavam: o consumo está crescendo menos. Aumenta, assim, a crença de que somente os gastos das famílias não serão suficientes para impulsionar o PIB brasileiro.
Os dados indicam que o setor comercial em maio manteve a estabilidade em relação a abril, um dos meses mais fortes em vendas por causa do dia das mães.
A PMC ainda não coletou os efeitos das paralisações das vendas por causa das manifestações populares, que só vão impactar a pesquisa do IBGE no mês de junho.
Se o indicador acumulado em 12 meses já é o pior resultado desde 2009, quando junho for computado, a pesquisa deverá cravar o pior primeiro semestre de vendas do varejo dos últimos anos.
Boa parte da estratégia do governo para impulsionar o PIB tem como eixo a expansão do consumo das famílias.
O problema é que a inflação em alta (com o IPCA acumulado de 6,7% varando a meta de 6,5%); a taxa de juros em 8,5% ao ano (com trajetória recente de aumentos regulares); e a percepção de que a conta do supermercado ficou salgada tramam contra os planos do governo.
A dúvida que os analistas têm é traçar o comportamento das vendas do comércio para o segundo semestre.
Quem acertar o que vai acontecer, também acertará se o PIB de 2013 ficará mais perto de 2% ou de 2,5%.
É possível que as vendas registrem crescimento nominal, mas é muito improvável que apresentem expressivos ganhos reais, mesmo com o 13º salário e o aquecimento das vendas de fim de ano.
Para sugerir uma associação, as vendas do varejo se parecem com o atleta que se exercita em uma esteira ergométrica, diminui a velocidade e, em vez de correr, passa a andar em ritmo acelerado.
O atleta continua avançando em seu percurso, mas sabe que, na prática, está mais lento do que é capaz de produzir e, no final, não terá saído do mesmo lugar.