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Sob impacto do câmbio, lucro da Vale recua 84%
Alta do dólar afeta dívida; venda maior de minério compensa queda no preço
Valorização da moeda dos EUA, por outro lado, favorece exportações; cai receita com a China, maior cliente
Sob impacto da alta do dólar, o lucro da Vale caiu 84% no segundo trimestre ante o mesmo período de 2012, para R$ 832 milhões.
A variação cambial teve um efeito negativo de R$ 4,172 bilhões na dívida.
As vendas maiores de minério de ferro -- principal produto da companhia-- em relação ao primeiro trimestre ajudaram em parte a compensar a queda dos preços.
As vendas subiram 10,8% ante o primeiro trimestre, para 72,123 milhões de toneladas, e foram responsáveis por uma receita de R$ 12,771 bilhões --alta de 3%.
Os preços caíram para US$ 99,21 a tonelada, ante US$ 111,69 no primeiro trimestre e US$ 112,44 há um ano.
A redução foi motivada por condições de mercado e pelo desconto do frete que a empresa concede aos clientes, para não perder competitividade na China em relação às empresas australianas, disse Pedro Galdi, analista da corretora SLW.
O câmbio, por outro lado, teve efeito positivo sobre as exportações, que subiram 3,2% em relação há um ano, para US$ 7,5 bilhões, e 22% ante o trimestre anterior.
O níquel também sofreu com a queda de preços dos metais no mundo, em razão da crise econômica global, que afetou também a China.
Apesar do aumento de vendas em 2.000 toneladas em relação ao primeiro trimestre, para 65 mil toneladas, o preço médio caiu 12,1%, gerando uma receita 5,8% inferior.
A China se manteve como a principal fonte de receita da Vale, respondendo por 31,7% do total, ou R$ 7,4 bilhões. O percentual e o valor, porém, ficaram abaixo dos do primeiro trimestre (39,6% e R$ 8,9 bilhões, respectivamente).
O Brasil foi o segundo maior comprador, com 20,1%, seguido do Japão (10,6%), da Alemanha (7,1%), dos EUA (5,3%) e da Coreia do Sul (3,9%).
A empresa informou que vem dando prosseguimento ao programa de redução de custos e despesas, que caíram R$ 1,580 bilhão no segundo trimestre, elevando para R$ 1,920 bilhão a economia obtida no primeiro semestre.
De acordo com Galdi, o mercado ainda não tinha ontem um consenso sobre o resultado da companhia, mas de maneira geral, considerou que o desempenho foi positivo diante da crise global. (DENISE LUNA)
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folha.com/131991
