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Grande investidor busca oportunidade em carros usados

Grupo que criou empresas nos setores imobiliário e de seguros aposta agora em mercado de R$ 180 bilhões

Investidores juntaram 11 concessionárias para fundar a maior empresa do segmento na América Latina

GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO

Para cada carro novo vendido no Brasil, cerca de três usados são comercializados.

Embora os veículos de segunda mão não tenham o mesmo glamour dos 0 km, representam um setor que fatura R$ 180 bilhões por ano. No quarto maior mercado automotivo global, trata-se de 9 milhões de carros.

Apesar do alto potencial de retorno no segmento, esse mercado é caracterizado por grande número de lojas (40 mil em todo o país), baixa profissionalização, informalidade e falta de processos.

Com a meta de lucrar colocando ordem no mercado, investidores da Gulf Participações deram um passo pioneiro ao criar em 2012 a AutoBrasil, maior empresa de seminovos da América Latina.

ATRATIVOS

A evolução da renda das classes B e C, a baixa relação veículo/habitante e o avanço do crédito no país contribuíram para atrair o grupo.

A ideia é repetir a fórmula usada nos mercados de seguro e imobiliário, nos quais a Gulf criou a Brasil Brokers e a Brasil Insurance, que têm capital aberto.

Das 120 redes de concessionárias visitadas em dois anos, 11 de alto padrão foram escolhidas para compor o negócio, que resultou na formação de um grupo com mais de 200 lojas, em 15 Estados. Os sócios cederam a seção de seminovos de seus pontos à nova empresa.

Hoje, 65% dos compradores de carros novos entregam os veículos atuais nas lojas, como parte do pagamento. Mas os lojistas, muitas vezes sem ter capital para manter o estoque, repassam o veículo usado para as revendas independentes e perdem a oportunidade de ganhos.

"O crescimento do mercado de novos tem levado a uma expansão da oferta de usados de qualidade", afirmam os investidores da AutoBrasil em documento enviado à Bolsa.

Segundo consultores, o negócio tem apresentado bons resultados. Em cerca de dez meses, a empresa faturou R$ 931,5 milhões e conseguiu um retorno sobre o capital investido de 32%.

Os sócios ainda não conseguiram fazer a abertura de capital da empresa, que tinha como meta levantar até R$ 1 bilhão.

A Folha apurou que fatores como a falta de entendimento entre os sócios e o momento do mercado têm atrasado a abertura de capital. Representantes da AutoBrasil não concederam entrevista porque disseram estar em período de silêncio.

A empresa tem tentado se assemelhar à americana CarMax, que vende mais de 400 mil usados e fatura US$ 10 bilhões ao ano.

Vale tudo no negócio, de comprar veículos retomados por bancos e nos leilões até acordos com outras lojas.

Os diferenciais são a escala e a informação --saber em qual região é possível encontrar o menor preço para vendê-lo onde há a maior demanda, por exemplo.

Há riscos também. Entre os principais estão a qualidade da avaliação dos veículos comprados --são 400 mil checagens por ano-- e a disponibilidade de crédito.


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