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Finanças pessoais

MARCIA DESSEN marcia.dessen@bmi.com.br

Fique de olho em custos e impostos sobre os investimentos

O brasileiro valoriza demais a rentabilidade dos investimentos, buscando aumentar o retorno das operações.

Embora essa avaliação seja importante, já que proporciona entrada de recursos no seu caixa, é fundamental administrar também os custos relativos a despesas e impostos.

Eles tiram dinheiro do seu bolso e, se não forem bem administrados, o resultado final pode ser muito diferente do que você esperava.

Suponha um investimento cuja rentabilidade bruta dos últimos meses se provou bastante competitiva, na faixa de 120% da taxa DI. Se considerarmos esse desempenho estável para os próximos meses, com base no cenário atual de juros, esse investimento deve pagar cerca de 9,60% ao ano.

Um capital inicial de R$ 100 mil acumularia R$ 158.144 em cinco anos, considerando estabilidade na taxa de juros.

Não feche a operação, empolgado com a perspectiva de retorno, sem antes investigar os custos e os impostos.

DESPESAS

Quase todas as modalidades de investimento --os depósitos em poupança são rara exceção-- estão sujeitas ao pagamento de taxas, comissões, corretagens etc.

Suponha que as despesas relativas ao nosso exemplo sejam de 1,5% ao ano. A rentabilidade líquida, descontadas as despesas, muda de 9,60% ao ano para 7,98% ao ano. O resultado líquido da operação seria de R$ 146.799 e o investidor teria pago despesas de R$ 11.345 em cinco anos.

Observe na tabela sobre despesas que, quanto maior o custo, menor será o retorno potencial líquido.

IMPOSTO DE RENDA

Agora chegou a hora de ajustar as contas com a Receita Federal. Cada modalidade de investimento tem um tratamento tributário distinto.

Na maioria das modalidades de investimento, o imposto incide sobre os rendimentos ou ganho de capital, como nas operações de renda fixa e renda variável.

Em algumas modalidades de planos de previdência, como o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), incide sobre o capital mais juros.

Então, vamos voltar ao nosso exemplo e apurar o resgate líquido considerando o pagamento do imposto, seja na fonte, seja na declaração de ajuste anual do Imposto de Renda.

Nesse último caso, nosso exemplo supõe que o contribuinte está sujeito à alíquota máxima de 27,5% sobre os rendimentos tributáveis.

Se adicionarmos as despesas ao Imposto de Renda, saberemos quanto dinheiro ficou pelo caminho.

Os números não são desprezíveis e, em alguns casos, merecem atenção redobrada do investidor. No melhor cenário do exemplo (despesas de 0,5% ao ano e IR de 15% sobre os juros), o investidor terá pago R$ 12.032 ao final de cinco anos e a rentabilidade líquida será de 7,88% ao ano.

Em um cenário intermediário, despesas de 2% ao ano e IR de 27,5% sobre juros, terá desembolsado R$ 26.798, gerando uma rentabilidade líquida de 5,60% ao ano.

No pior cenário, despesas de 3% ao ano e IR de 27,5% sobre o montante, o investidor pagará incríveis R$ 59.241 e terá, depois de cinco anos, menos do que investiu!

NO RESGATE

Lembrete importante no caso do PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): o IR deixou de ser pago nos exercícios em que o capital foi investido e, como o incentivo fiscal desse plano tem caráter de diferimento e não de dedução, o imposto será pago no resgate.

Assim, o valor líquido disponível será muito menor do que os extratos apontam. O regime de tributação definitivo, cujo IR é de 10% depois de dez anos, não foi utilizado porque o exemplo se refere a uma operação de cinco anos.

E aí, ficou claro que é importante reduzir os custos e os impostos? As despesas nem sempre são transparentes porque são descontadas da rentabilidade, como no caso dos fundos de investimento e planos de previdência. O Imposto de Renda, por vezes, só aparece na hora da declaração do IR.

Rendimentos menos despesas menos impostos, esse é o resultado final no seu bolso. Fique ligado!


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