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Atividade forte da economia no 2º tri não deve se repetir no resto do ano

Consumo privado, investimentos e produção industrial em alta perderam fôlego em julho

Economistas dizem que confiança e mercado de trabalho não tiveram bons resultados no mês passado

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Os dados sobre a atividade econômica no segundo trimestre serão divulgados hoje pelo BC, e a expectativa é que mostrem que o período de abril a junho seja o mais positivo do ano. Mas os indicadores de julho indicam que esse retrato ficou velho.

Analistas estimam que o crescimento econômico no segundo trimestre pode ter ficado ao redor de 1% ante os três meses anteriores --uma expansão que, colocada em termos anuais, aproxima-se do número mágico desejado pelo governo, de 4%.

O Banco Central divulga hoje sua prévia para o PIB (Produto Interno Bruto), usada para calibrar as estimativas dos economistas. Embora o indicador tenha se afastado do alvo nos últimos tempos, os dois devem resultar na mesma direção positiva.

O desempenho se baseia em um bom comportamento da produção industrial e na recuperação do consumo privado, que estava mais fraco no primeiro trimestre do ano.

Estimativa da Fundação Getulio Vargas aponta que a indústria pode ter crescido 1,6% de abril a junho. Se confirmado, será o melhor período para o setor desde o segundo trimestre de 2010, antes da crise na atividade fabril.

Já o consumo foi impulsionado por uma inflação subindo menos do que no primeiro trimestre. O IBGE informou ontem que as vendas do varejo (excluindo veículos e material de construção) tiveram alta de 0,5% no período, após terem recuado 0,1% nos primeiros três meses do ano.

O TEMPO VIROU

O clima em julho, contudo, parece ter sido outro e indica reversão da recuperação ensaiada no segundo trimestre. O mercado de trabalho perdeu fôlego e a renda não cresce com o mesmo vigor. Esse quadro faz com que economistas sejam mais cautelosos ao falar em retomada dos gastos das famílias.

"O consumo já cresceu 7% no passado recente [2010]. Neste ano, prevemos que a expansão fique em torno de 2%. É uma desaceleração", diz Silvia Matos, da FGV.

A tirar pelo desempenho da indústria paulista, que demitiu 5.500 pessoas em julho, uma nova queda de produção está a caminho.

Outro indicador observado pelos analistas é a confiança de empresários e consumidores, que recuou no mês passado para níveis de 2009.

Além das incertezas sobre o futuro da economia brasileira (à espera da decisão do BC dos EUA sobre o fim do estímulo econômico, que tem afetado a cotação do dólar), os protestos podem ter abalado o humor.

"Mesmo que a incerteza passe, de certa maneira ela já afetou a disposição das pessoas e de empresários", diz o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves. Nesse contexto, o investimento --que foi forte no primeiro semestre-- tem sua expansão posta em dúvida na segunda parte do ano.


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