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Análise

Alta do dólar reflete também a queda do dinamismo da economia brasileira

A aposta no desempenho do Brasil perdeu atratividade em relação aos países desenvolvidos

MARCELO D'AGOSTO ESPECIAL PARA A FOLHA

Nos últimos dez anos, segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), a participação do conjunto dos países emergentes na economia mundial saltou de 38% para 50%. O Brasil conseguiu surfar bem essa onda.

O ritmo mais intenso do crescimento brasileiro ocasionou um ambiente favorável para os investimentos, ajudou na valorização do real e provocou aumento do bem-estar da população. O acesso ao crédito aumentou e o poder de compra avançou.

Agora, no entanto, a situação ameaça mudar. Com os índices de inflação ao redor de 5,5% ao ano e o crescimento econômico limitado a 2,5% ao ano, a aposta no desempenho do Brasil perdeu atratividade em relação aos países desenvolvidos.

Como consequência, investimentos produtivos e aplicações financeiras começam a buscar outros destinos. Essa é a explicação para a forte alta do dólar em relação ao real que ocorre neste ano.

No momento, um dos potenciais competidores pelos recursos que estão aplicados no Brasil são os EUA. Com a sinalização do Fed, o banco central americano, de que pode reduzir o programa de estímulo monetário, a indicação é que a economia americana está em recuperação.

O índice S&P 500, principal referência do mercado acionário americano, acumula alta de 17% neste ano, até ontem. No mesmo período, em contraponto, ações brasileiras registraram desempenho simétrico, com o Ibovespa cravando queda de 17%.

A sensação geral dos aplicadores é que investir na maior economia desenvolvida do mundo oferece retorno mais seguro e rentável do que no emergente Brasil.

Se o cenário atual é difícil, está longe de ser desesperador. Os analistas mais otimistas acreditam que as condições serão suficientes para reeleger a presidente Dilma e postergar eventuais ajustes para um segundo mandato.

Os mais pessimistas, porém, realçam o poder de antecipação dos mercados: se nada for feito no curto prazo, a inflação vai subir, os juros também e o desemprego crescerá. A reeleição ficaria mais difícil e nova política econômica teria que ser seguida.

Do ponto de vista pragmático, há dois anos, a cotação do dólar era R$ 1,60. Mesmo que não volte a um patamar tão baixo, é sempre prudente evitar comprar na alta.


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