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Mercado aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Cadeiras de luxo

Mercado de marcas de moda se estabiliza, mas a rota­tividade é alta

Passada a onda que trouxe várias grifes estrangeiras para o Brasil, o mercado se acomoda, mas a procura por profissionais com formação e experiência em luxo continua elevada.

Boa parte dos contratados não fica muito tempo no mesmo cargo. A coluna consultou cerca de 20 empresas do setor. Apenas quatro delas autorizaram seus executivos a falar.

Para segurar seus talentos, as companhias decidiram tirar seus diretores dos holofotes, foi a resposta ouvida de assessores.

DEMANDA ESTÁVEL

"Este ano, não tivemos entrada de muitas marcas grandes porque o mercado já está mais estável", diz Thais Teperman, responsável pela área de luxo na Michael Page, empresa do setor de recrutamento.

"Ainda há grifes que estão chegando, mas agora já não são mais ondas, e sim movimentos mais pontuais."

As operações estão em expansão para outros Estados, além de São Paulo e Rio de Janeiro, observa.

"É o momento de as marcas amadurecerem a estratégia que foi desenhada em um primeiro momento e de sedimentarem os negócios."

Os salários ainda não recuaram com a movimentação das grifes.

"A remuneração média para o número um de uma grande operação no Brasil está entre R$ 35 mil e R$ 50 mil fixos, com uma parte variável agressiva e benefícios", afirma Teperman.

Salários de diretor financeiro e de marketing oscilam entre R$ 20 mil e R$ 33 mil, dependendo do tamanho da empresa.

"Em relação a agosto de 2012, até temos um volume maior de demanda, mas considerando o ano está estável. O que há mais são trocas por performance e não criação de novos cargos."

MUDANÇA DE HÁBITO

As grifes estrangeiras que já se estabeleceram no Brasil estão agora em um momento de repensar a operação, diz Denys Monteiro, sócio-diretor da empresa de recrutamento Fesa.

"Estão reavaliando o plano de negócios traçado e a velocidade que esperavam para o crescimento da marca no Brasil. O mercado não está respondendo com a agilidade que havia sido projetada", afirma Monteiro. "Alguns tinham um entusiasmo, uma expectativa muito elevada."

Além de São Paulo e Rio de Janeiro, há muito interesse por Curitiba, Brasília e pelo interior de São Paulo, segundo Monteiro.

"Em geral, 70% da demanda de altos executivos é para São Paulo, mas para a moda, é de cerca de 90%."

O mercado se desacelerou e o que está ocorrendo é a busca por outro perfil de profissional, mais adequado ao momento, acrescenta.

"Os salários para diretor-geral partem de R$ 500 mil por ano. Para os executivos abaixo do principal, a faixa oscila entre R$ 250 mil e R$ 350 mil."

DESFILE DE MARCAS

Patricia Assui fez pós-graduação em marketing e moda nos Estados Unidos, onde trabalhou em empresas de vários setores até voltar ao Brasil para ser gerente-geral da Tiffany, em 2008.

Dois anos depois, como diretora de varejo da IRetail, ela passou a cuidar de grifes como Diane Von Furstenberg, entre outras. "Somos franqueados dessas marcas e as representamos no Brasil", afirma Assui, que vive em Nova York.

"Faço tudo daqui, onde as marcas têm sede ou escritórios. Fica mais fácil e foi um decisão pessoal também."

As grandes marcas já entraram no país, mas ainda há muita oportunidade, diz.

"Os salários ainda estão muito competitivos.Ter uma experiência no exterior é muito desejado. Está difícil achar as pessoas qualificadas que precisamos", afirma.

PASSARELA

Faltam executivos preparados para assumir cargos de alta gestão no mercado de luxo, diz Sandro Fernandes, superintendente do Shopping Leblon.

Formado em engenharia de produção, ele foi trainee na Brahma e depois entrou no grupo Iguatemi, onde ficou por 12 anos.

Em seguida, assumiu o cargo de CEO da Tiffany & Co por dois anos. Saiu para ocupar a mesma função na Loungerie, último cargo antes de ir para o Shopping Leblon.

"A formação técnica é necessária, mas o que faz a diferença é saber lidar com várias culturas e falar diversos idiomas."

ÚLTIMA MODA

A rotatividade profissional é alta porque o setor de luxo está crescendo no país, diz Luciana Marsicano, diretora-geral da Tiffany & Co no Brasil.

"Para se sobressair, o profissional deve unir uma bagagem de negócios com conhecimento em moda", diz.

Depois de passar 16 anos em grandes companhias de consumo, como Ambev, Pepsico e Parmalat, Marsicano foi diretora de marketing e trade marketing na Redecard.

"Aprendi a lidar com o setor de luxo fazendo campanhas de marca para restaurantes e hotéis. Isso me preparou para a Tiffany."

RISCO NA REDE

O Brasil hospeda entre os países da América Latina 58% dos endereços de internet maliciosos, que colaboram para a disseminação de vírus ou o roubo de dados, segundo estudo da Trend Micro, que atua em segurança on-line.

Também partem do país 36,3% dos spams da região.

Entre os softwares de captura ilegal de dados, 70% têm como alvo informações bancárias, afirma Leonardo Bonomi, da multinacional.


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