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Mercado MPME

Repasse de custo por alta do dólar deve ser cauteloso

Empresários precisam estudar rivais para decidir por aumento de preços

Procurar fornecedores nacionais e oferecer mais prazo para pagamento são opções para não perder clientes

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

O empresário José Faria, 46, da empresa Nanotech do Brasil, fabricante de revestimentos para isolamento térmico e acústico, está de olho na cotação do dólar diariamente.

Por comprar insumos importados para a produção e ter clientes fora do Brasil, as variações na moeda, que se intensificaram nas últimas semanas devido a expectativas de recuperação da economia dos EUA, afetam diretamente os custos e as receitas.

Faria já percebe aumento dos custos na hora de comprar produtos químicos --e projeta que, se o dólar continuar no patamar atual, deve gastar 15% a mais nas aquisições de insumos.

Ele deve repassar o aumento nos preços dos produtos. "Estamos segurando porque não é possível passar 15% de uma vez. Talvez passemos isso em duas vezes, três vezes."

Como no caso da Nanotech, outras companhias que compram e vendem para o exterior ou utilizam importados como insumo precisam analisar os custos para definir que estratégia adotar no novo contexto, informa o consultor Mauricio Golfette, do Sebrae-SP.

Segundo ele, quem é diretamente afetado em seus custos pela mudança no câmbio tem como opção diminuir as margens de lucro para não aumentar muito os preços. Mas isso nem sempre é possível nas pequenas empresas, quando as margens já estão reduzidas. Outra saída é repassar o aumento integral e tentar oferecer alternativas, como melhores prazos.

Para Celina Ramalho, professora da FGV, é preciso analisar a concorrência para definir o repasse de custos.

"O aumento de preços não pode ser feito de uma só vez, porque o mercado é sensível. Mas também não se pode deixar de repassar esses custos, porque as compras futuras serão mais caras."

Buscar fornecedores no mercado interno é uma opção para lidar com preços maiores nos importados.

LADOS DA MOEDA

Por outro lado, há empresas que estão vendo vantagens nesse cenário. A aposta deles é que seus produtos vão ficar mais competitivos em relação aos importados.

O negócio do economista Andrew Denton, 54, da FitTech, é comprar, reformar e revender equipamentos para academias. Apesar de esses produtos serem importados, ele já os compra usados e os paga em reais.

"Para nós, o dólar alto é vantajoso. Os melhores equipamentos são os italianos e os americanos. Com o dólar mais caro, o produto nacional tende a se beneficiar."


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