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Interesse de empresas do Brasil pela África aumenta

Entre as franquias, continente é tão procurado quanto países da Europa

Entre 63 multinacionais brasileiras pesquisadas em 2012, a JBS é que registrou mais negócios no mercado externo

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral com 63 multinacionais brasileiras mostra um interesse crescente pelo ingresso na África.

No ano passado, as empresas informaram que começaram a operar em apenas quatro países --todos eles ficam no continente africano: Cabo Verde, Gana, Marrocos e Tunísia. As multinacionais brasileiras estão em 84 dos 200 países do mundo.

A pesquisa mostra ainda que a África foi a região escolhida para a estreia no exterior para 6,5% das empresas entrevistadas. Entre as franquias, o percentual é ainda maior: 18,75% --o mesmo auferido pela Europa.

"Alguns países, como Moçambique, estão registrando crescimento asiático, com a novidade da estabilidade política. Outro componente é o aumento do poder de compra da classe média", afirma Sherban Cretoiu, coordenador do Núcleo de Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral (FDC).

As informações fazem parte do Ranking das Multinacionais Brasileiras, feito pela fundação desde 2006.

Segundo Cretoiu, o interesse pela África começou a aparecer nas respostas há dois anos. "Houve uma ênfase maior da política externa, nos últimos dez anos, em missões no país", afirma.

Apesar dos potenciais resultados no continente, a política externa brasileira é vista com reservas pelos empresários brasileiros.

Embora a maior parte (45%) diga que a política adotada pelo governo há dez anos ajudou nos negócios, 41% disseram que o esforço governamental ou atrapalhou ou foi neutra, nem ajudou nem prejudicou a empresarial.

A avaliação da fundação é que, no geral, o governo tem atendido pouco a demanda das múltis brasileiras. Exemplo é que o principal pedido é mais crédito para investimentos lá fora. O quesito aparece em quarto na lista de benefícios conquistados.

MAIS GLOBALIZADAS

A fundação verificou que, em 2012, entre as 63 empresas consultadas, a mais internacionalizada foi a JBS, seguida de Gerdau e Stefanini.

No primeiro caso, a empresa tem 58% das operações vinculadas ao mercado externo. É o mais elevado nível de transnacionalização observado pela fundação desde 2006.

O levantamento da fundação leva em conta tanto as receitas com operações quanto os ativos das companhias em outros países.

Segundo Cretoiu, a valorização do dólar neste ano deve fazer com que o nível de internacionalização cresça na pesquisa por simples efeito da desvalorização do real.

"Quando as empresas fecharem seus balanços, seus ativos em dólar deverão valer mais em reais", disse.

Apesar da crescente internacionalização, as margens de lucro no exterior perderam das obtidas no mercado doméstico. Enquanto a margem interna ficou em 13,85%, a auferida lá fora foi de 13,75%.


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