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Longo prazo fica 70% mais longo no país

Incertezas econômicas contribuem para que horizonte do investidor para ganhos suba de três para cinco anos

Aprenda a identificar oportunidades de investimento que surgem em momentos de adversidade

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Incertezas econômicas no Brasil e no exterior têm prejudicado o rendimento de aplicações em 2013.

Nesse cenário, o horizonte de longo prazo de investidores para recuperar do dinheiro aplicado e lucrar ficou quase 70% mais longo: passou de três para cinco anos.

De acordo com economistas, a mudança na perspectiva de longo prazo é um processo que vem acompanhando a redução do juro básico para valores de um dígito --embora tenha se intensificado no cenário atual de pressão sobre investimentos.

"É preciso manter as aplicações por mais tempo para obter o rendimento atingido no longo prazo de antigamente [três anos]", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, por exemplo, tem desvalorização de 17,96% no ano. As ações mais negociadas de Petrobras e Vale caem 13,93% e 23,91%, respectivamente.

Já a poupança sobe 4,09% no ano, abaixo da alta de 6,47% registrada em 2012.

O horizonte de longo prazo mais distante também reflete uma mudança do cenário econômico do país, afirmam especialistas.

"Quando tínhamos forte inflação na década de 1970, por exemplo, com os preços chegando a subir mais de 100% em um único dia, dois anos já eram um prazo longuíssimo ", diz Mauro Calil, educador financeiro.

Calil ressalta que, mesmo que a economia brasileira não esteja tão forte quanto há pouco tempo, ela está mais controlada, o que possibilita uma maior previsibilidade de investidores em relação ao desempenho de aplicações em prazos mais longos.

"O atual regime de metas de inflação, por exemplo, é uma espécie de garantia aos investidores de que o governo vai fazer de tudo para manter os preços sob controle", afirma Calil.

O consultor destaca que o ambiente atual permite que o governo emita títulos de dívida --que são aplicações de renda fixa-- com prazos maiores que no passado.

"O governo está esticando a dívida para vencimentos em 20 ou 30 anos. Antes, só emitia papéis para 8 ou 10 anos, no máximo", afirma.

APOSENTADORIA

O envelhecimento da população também contribui para a mudança na percepção de longo prazo, afirmam economistas.

"Antes, tínhamos um monte de gente trabalhando para bancar' os aposentados. Agora, essa parcela de pessoas é menor, porque temos cada vez mais aposentados no Brasil e no mundo", diz William Eid, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Para Eid, como as pessoas estão vivendo mais, é maior a preocupação em ter conforto financeiro na velhice.

"Especialmente a classe média percebeu que não poderia depender do INSS (Previdência Social) para isso. Assim, as pessoas começaram a investir pensando mais no longo prazo", afirma.

O QUE FAZER

Eid afirma que, ao investir com foco no longo prazo, é preciso ser bastante disciplinado. "Tem que separar todo mês um valor fixo."

Também é fundamental escolher bons produtos de investimento, o que depende do perfil de cada investidor.

"Se a pessoa for mais jovem, pode colocar parte dos investimentos na Bolsa. Mas é importante lembrar que dinheiro de longo prazo é aquele que a gente põe na aplicação e esquece", acrescenta.


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