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Análise

Fim do tsunami cambial é só uma parte do problema atual

ALEXANDRE ESPÍRITO SANTO ESPECIAL PARA A FOLHA

Não faz muito tempo, a equipe econômica --e a presidente Dilma-- reclamavam da tsunami cambial.

A política monetária extremamente frouxa colocada em prática no pós-crise pelos países centrais, temperada com uma pitada extra de "quantitative easing" (expansão monetária) do banco central norte-americano (o Fed, Federal Reserve), provocou um apetite por risco poucas vezes visto na história, direcionando dólares para os países emergentes.

Essas economias emergentes apresentavam um desempenho bastante interessante para aquele momento de situação global adversa.

Esses países ofereciam boas oportunidades para os investidores globais --inclusive os fundos de investimentos--, tanto por perspectivas reais como por taxas de juros elevadas --como era o caso do Brasil.

Neste momento, entretanto, o quadro se reverteu.

Há uma nítida percepção de que a política monetária do Fed será alterada. O fim da expansão monetária está próximo e, muito provavelmente, as taxas de juros subirão em 2014.

Os mercados, que sempre antecipam mudanças, iniciaram, há alguns meses, um movimento de retorno ao dólar. Assim, há uma realocação de ativos, com os investidores punindo, principalmente, as moedas dos países mais arriscados.

Nesse rol estão real, rupia indiana, rupia indonésia, rublo (da Rússia), rand (da África do Sul) e lira turca. Essas divisas sofrem enormes desvalorizações, que oscilam entre 8% e 20% no ano.

Mas será somente a mudança do Fed a causadora desse estrago?

Somente para citar, Brasil, Índia e Indonésia estão com elevados deficit em transações correntes, acima de 3% do Produto Interno Bruto.

É natural, pois, que suas moedas sofram um revés, já que o ajuste das contas externas passa, necessariamente, por uma situação de câmbio mais desvalorizado.

Entendo que a presidente Dilma cobre uma clareza maior dos países sobre o futuro de suas políticas monetárias. Mas a perda de valor do real não é culpa exclusiva do Fed; há problemas internos. O certo é que as economias emergentes necessitarão de ajustes para lidar com essa nova ordem, como sugeriu o FMI (Fundo Monetário Internacional).


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