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Salto do Brasil vem de fatores externos, diz Michael Porter

Para economista de Harvard, política econômica é correta, mas tropeça em estatismo e barreiras comerciais

Professor apresentou em São Paulo ranking de desenvolvimento social no qual país lidera entre os Brics

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Um dos mais influentes economistas do mundo, o americano Michael Porter considera até "saudável" a desaceleração brasileira e atribui o avanço recente do país mais à bonança externa do que aos feitos domésticos.

"Talvez o Brasil não devesse estar tão orgulhoso do crescimento, porque parte dele pode ter sido resultado do boom das matérias-primas, e não que tudo estivesse maravilhoso", disse à Folha, em passagem por São Paulo.

Embora considere que a política econômica esteja na direção certa, Porter citou decisões governamentais que, a seu ver, emperram o crescimento, como barreiras comerciais e intervenções em setores escolhidos.

"Entendo que aqui haja uma visão mais à esquerda, porém mesmo em países como Suécia e Dinamarca [com forte presença estatal] se reconhece que proteções concedidas a setores individualmente geram ineficiência."

O economista acredita, contudo, que o Brasil vai se recuperar em alguns anos e afirma que parte do mal-estar atual se deve deve a novas --e crescentes-- expectativas da camada da população que ascendeu da pobreza e agora quer mais.

"Esse é um momento típico de transição", disse. "Recomendo que usem esse período para aclarar as deficiências, não apenas no campo econômico mas também no social", afirmou.

Referência no mundo corporativo, o professor da Harvard Business School é autor de 18 livros, a maioria sobre estratégia e competitividade.

É também estudioso do desenvolvimento econômico, aspecto que o trouxe ao Brasil para apresentar um novo índice, formatado por ele, para medir o sucesso das nações do ponto de vista social.

O Brasil foi classificado em 18º entre os 50 países que compõem o Índice de Progresso Social, iniciativa da fundação Social Progress Imperative (que reúne Deloitte, Cisco e as fundações Skoll e Avina).

A posição deixa o país à frente de seus parceiros de Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) e em quarto lugar na América Latina, atrás de Costa Rica (12º), Chile (14º) e Argentina (15º).

Para Porter, o Brasil está "muito bem" no ranking, em que países ricos aparecem no topo, e pobres, na lanterna.

O índice, contudo, não inclui dados econômicos, como seus semelhantes --o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), por exemplo.

"Quando se põem dados econômicos ao lado de sociais, não se sabe o que é causa e o que é consequência."

O cálculo tem 52 quesitos, como tolerância étnica (o Brasil é o 1º colocado) e religiosa, respeito a homossexuais e mulheres e segurança (o país é o 46º, sua pior colocação).


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