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Dilma cobra da China compra de manufaturas
DO ENVIADO A SÃO PETERSBURGOA presidente Dilma Rousseff cobrou do colega chinês Xi Jinping abertura para manufaturados brasileiros, para que as exportações do Brasil possam incluir valor agregado.
Dilma não contou aos jornalistas qual a resposta de Jingping, mas, a julgar pelo passado, o pedido deve se revelar inócuo: na sua visita à China, há dois anos, a agenda brasileira já incluía queixa sobre excesso de commodities na pauta de exportações.
Nada mudou desde então -- o saldo comercial brasileiro caiu 39% de 2011 para 2012, de US$ 11,5 bilhões a US$ 6,9 bilhões.
Contas feitas por Marcos Troyjo, diretor do BRICLab da Universidade Columbia e professor do Ibmec, explicam melhor o pedido de Dilma: "Uma tonelada de exportações brasileiras para a China vale cerca de US$ 200, e uma tonelada de exportações chinesas ao Brasil vale US$ 2.000. Isso dificilmente poderia ser chamado de parceria".
Dilma fez o pedido no encontro de anteontem com o governante chinês, à margem da cúpula do G20, ontem encerrada.
Não foi o único: ela ressaltou ainda a importância de parcerias entre empresas dos dois países, citando como áreas de interesse logística e energia.
A presidente espera a participação chinesa nas licitações previstas para este semestre, concentradas na área de transportes.
Por fim, falou de tecnologia da informação, espacial e nanotecnologia.
Com Shinzo Abe, falou de macroeconomia. A política econômica do premiê japonês, "Abenomics", é música aos ouvidos de Dilma, ao prever expansionismo fiscal e monetário. (CR)