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Análise

Aumento da produção de álcool pode beneficiar Petrobras e consumidores

PEDRO SOARES DO RIO

O câmbio joga contra a Petrobras ao encarecer as importações de gasolina e tornar mais urgente um reajuste para recompor o caixa da companhia. Mas um evento alheio à companhia pode neutralizar tal efeito negativo: a maior produção de álcool e a consequente queda dos seus preços.

Abastecer com etanol já é mais vantajoso em São Paulo, "dono" de maior frota da automóveis e maior produtor de cana e álcool do país.

Em agosto, o preço ao consumidor do etanol caiu 1,16%, segundo o IPCA (índice oficial de inflação). Já havia recuado 0,55% em julho.

As seguidas retrações levaram a reboque a gasolina, com recuo de 0,23% em julho e 0,15% em agosto. É que a gasolina vendida nos postos recebe adição de 25% de álcool.

Para a Petrobras, porém, isso não importa, já que ela vende a gasolina pura, misturada ao biocombustível pelas distribuidoras.

Neste ano, o governo autorizou o aumento de 20% para 25% no percentual de álcool na gasolina. Foi uma tentativa de postergar um aumento da gasolina e reduzir a necessidade de importações do produto, que onera muito o caixa da estatal.

A Petrobras, internamente, espera um reajuste neste ano para fechar suas contas, mas governo reluta sempre. Não quer de modo algum.

Talvez uma "pequena janela" se abra agora com a queda do preço do álcool, já que muitos proprietários de carros flex vão fazer as contas e ver que é mais vantajoso abastecer com etanol.

Tal cenário reduz as importações e comprime menos o caixa da estatal, responsável pelo suprimento do país.

De todo modo, avalia a Petrobras em conversas internas, o governo seguirá relutando ao pleito recorrente de reajustar a gasolina e o diesel, porque vê o cenário de inflação apertado diante da subida do dólar --que já se traduziu em aumentos de alguns alimentos.

A tática do governo é só dar aumento quando há risco de prejuízo ou grave comprometimento de investimento.

Alguns analistas apostam numa alta da gasolina neste mês. Outros dizem que o aumento será escalonado e parte virá no ano que vem.

Ao consumidor resta aguardar e, quando (ou se) sair o reajuste, recalcular se é vantagem usar álcool ou o combustível produzido a partir do petróleo --no único país em que há essa opção tão largamente difundida.


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