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Varejo surpreende, ajudado por linha oficial

Alta de 1,9% em julho é a maior em mais de um ano; programa Minha Casa Melhor colaborou para o resultado

Deflação nos preços de alimentos e vestuário também foi benéfica; é difícil manter ritmo forte, diz especialista

MARIANA SALLOWICZ DO RIO

O varejo teve em julho o melhor mês em mais de um ano, beneficiado pela alta menor da inflação e por medidas de incentivo do governo. Para especialistas, no entanto, o ritmo não deve se manter tão forte nos próximos meses.

As vendas subiram 1,9% no mês ante junho, maior crescimento desde janeiro de 2012. Na comparação com o mesmo período do ano passado, cresceram 6%.

As maiores contribuições vieram dos segmentos de vestuário, de móveis e eletrodomésticos e de supermercados.

Para o economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio) Fabio Bentes, a deflação foi o que mais ajudou para o avanço em julho.

No caso de alimentos, houve deflação de 0,33% em julho. No segmento de vestuários, a retração foi de 0,39%, com influência do período de liquidação de inverno.

"O preço costuma explicar muito do que ocorre no comércio. O problema é que já em agosto o alívio não ocorrerá, além de haver uma pressão para repasse da alta dos custos com a disparada do dólar", afirmou Bentes.

Segundo o IPCA (índice oficial de inflação), os preços dos alimentos subiram 0,01% no mês passado, e os do vestuário, 0,08%.

Para ele, é muito difícil sustentar um crescimento do varejo acima de 1% nos próximos meses.

Octavio de Barros, diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, afirma que a alta das vendas reduz as preocupações com o desempenho do consumo.

Apesar disso, ele diz que "não há elementos suficientemente fortes para afirmarmos que o crescimento das vendas constitua uma nova velocidade de expansão".

No acumulado dos sete meses deste ano, as vendas do varejo cresceram 3,5%, menor nível para o período desde 2003 (-3,7%).

INCENTIVOS

Na comparação com o mesmo mês de 2012, o setor que mais puxou o crescimento das vendas do varejo foi o de móveis e eletrodomésticos.

As vendas do segmento subiram 11% ante julho de 2012, sob impacto da redução das alíquotas de IPI para a linha branca e do Minha Casa Melhor, programa do governo federal que oferece crédito para beneficiários do Minha Casa, Minha Vida.

O programa de venda facilitada de eletrodomésticos e móveis foi lançado pelo governo em 12 de junho.

MANTEGA

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as vendas do varejo "foram muito boas" e o resultado "comprova que há uma recuperação do consumo no país".

Mantega disse que o crescimento do varejo é reflexo do arrefecimento da inflação, embora o IPCA em agosto tenha voltado a acelerar, ao registrar variação de 0,24%. Em julho, o IPCA foi de 0,03%.


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