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Pedágio alto e obras afastaram investidores

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

Pedágio alto, elevada quantidade de obras em curto prazo e dependência do Dnit para viabilizar a rodovia foram apontadas pelas empresas como as causas para o fracasso da rodovia que liga Belo Horizonte a Vitória.

A falta de interessados no leilão da BR-262 não surpreendeu o presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), o senador Clésio Andrade (PR-MG). "Era difícil a iniciativa privada se interessar por esse trecho."

Ele diz que o tráfego na rodovia é baixo e concentrado em finais de semana e feriados, com baixa circulação de caminhões, tornando o preço fixado no edital não atrativo o suficiente para o investidor.

No mercado, várias empresas, há mais tempo, já haviam desistido de apresentar proposta para essa rodovia devido a seu risco e à falta de viabilidade econômica.

O teto máximo do pedágio fixado no edital era de quase R$ 12 /100 km. Devido ao alto investimento e ao baixo tráfego, as empresas não conseguiram reduzir muito esse valor, criando um problema, já que ter pedágio caro é considerado risco para o negócio.

O Grupo Ecorodovias, que pertence à construtora CR Almeida, até anteontem ainda estudava se participaria ou não. Era considerado favorito por já ter concessão próxima. Mas, à noite, avisou ao ministro César Borges (Transportes) que não entraria no negócio.

Pesou na decisão a resposta dada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) a pergunta dos interessados sobre se haveria compensação ao vencedor se o Dnit não fizesse sua parte na duplicação da estrada. A ANTT disse que não haveria.

A falta de interesse na rodovia acende um alerta para as próximas concessões. As rodovias que virão à frente têm pedágios tão ou mais caros que os da BR-262.

Outro problema é que o governo criou cláusulas restritivas para conseguir atrair empresas de grande porte em quase todos os leilões, diminuindo a possibilidade de empresas menores participarem da disputa. Além disso, o leilão da BR-050 não atraiu estrangeiros. Só uma empresa do exterior, que já opera no país, apareceu.

Felipe Salto, economista da Tendências e autor do livro "Concessões de Rodovias", disse ontem que "o sinal é negativo". "Pode ser um balde de água fria na confiança de investidores."


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