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Após crise de 2008, investir em ações exige mais cuidado

Época de ganhos fáceis na Bolsa acabou, e investidor precisa se informar mais

É preciso pensar em um horizonte para a aplicação de ao menos cinco anos, recomenda educador financeiro

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Cinco anos atrás, as Bolsas do mundo todo derretiam refletindo a quebra do banco americano Lehman Brothers, o estopim da crise de 2008.

No Brasil, o efeito imediato foi o tombo de 7,6% do Ibovespa, queda que não era vista desde os ataques do 11 de Setembro. A pressão cresceu para os investidores desde então, já que ficou mais difícil ganhar dinheiro na Bolsa.

Em 2008, a Bolsa brasileira caiu 41%, encerrando um período de cinco anos de fortes ganhos. No ano de 2009 houve alta de 83%, mas foi para recuperar parte do tombo anterior e hoje o Ibovespa está 27% menor que seu nível recorde, de maio de 2008. Neste ano, o índice caiu 11,7%.

Ainda que o número de investidores pessoa física tenha quase triplicado do período pré-crise até hoje (veja quadro), especialistas dizem que a falta de cultura do brasileiro em investir em ações e a desinformação sobre o tema ajudam a explicar essa pressão.

"Muitos começam a operar sem saber onde estão colocando o dinheiro e, após terem perda, não voltam nunca mais", afirma Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios.

Por isso, a recomendação é, antes de investir, conhecer o máximo possível sobre a aplicação (situação financeira da empresa, o serviço que oferece e quais medidas estão sendo tomadas na condução do negócio, por exemplo).

As principais companhias na Bolsa possuem um departamento exclusivo para informar seus acionistas sobre esses assuntos, chamado de relações com investidores (RI).

Mas nem todas elas possuem página de RI, especialmente as menores. Neste caso, o investidor pode procurar ajuda de analistas e consultores profissionais ou contatar diretamente a administração da empresa para conseguir as informações.

O investidor de primeira viagem pode comprar ações que pertencem ao Ibovespa. É lá onde estão os nomes mais conhecidos do mercado, mas isso não garante isenção do risco de perdas.

Por exemplo, as ações da petroleira OGX, que pertencem ao índice, passaram de R$ 6,50 a R$ 0,39 apenas nos últimos 12 meses.

TIPOS DE AÇÕES

Os papéis mais comuns são os ordinários, que dão ao acionista direito a voto em assembleias, e os preferenciais, que normalmente são os mais negociados e têm preferência na distribuição de dividendos (parte do lucro das empresas é distribuída aos acionistas).

Os famosos IPOs, como são conhecidas as ofertas públicas primárias de ações, na sigla em inglês, acontecem quando uma empresa passa a ter ações listadas em Bolsa.

Também existem as ofertas primárias, quando a empresa que já está na Bolsa vende novos papéis e os recursos vão para o seu caixa.

Já a oferta é chamada de secundária quando envolve a venda de ações existentes --em geral dos sócios que querem desinvestir ou reduzir a sua participação no negócio-- e os recursos vão para os vendedores, e não para o caixa da empresa.

Para cada operação é produzido um prospecto, no qual constam todos os riscos.

"O pequeno investidor deve entrar na Bolsa pensando em um horizonte de, no mínimo, cinco anos. É um mercado que envolve riscos, mas, quanto maior o prazo da aplicação, mais certo é o lucro", afirma o educador financeiro Mauro Calil

Segundo o consultor, é importante que o investidor entenda o melhor momento para entrar e sair dos papéis. Acompanhar as notícias sobre as empresas ajuda nisso.

"O bom investidor é aquele que consegue antecipar o movimento da ação, comprando antes que ela suba."

Na hora de vender, a recomendação é não ser ganancioso demais. "Vender uma ação que subiu 10% com certeza será mais vantajoso que esperar que ela suba 15%, mas acabar vendo ela cair."


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