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Análise

Mudança no Ibovespa deve deixar índice menos especulativo

Não é razoável que problemas com uma companhia específica aumentem a percepção de risco da Bolsa

MARCELO D'AGOSTO ESPECIAL PARA A FOLHA

Índices como o Ibovespa no Brasil, o S&P 500 nos Estados Unidos ou o Shangai Shenzhen CSI 300 na China medem o desempenho das ações negociadas em Bolsa e possuem dois objetivos principais. Um deles é oferecer um parâmetro de referência para a rentabilidade dos acionistas. O outro é servir como alicerce para o desenvolvimento de uma série de instrumentos negociados no mercado financeiro.

Se os índices registram alta, a sinalização é que houve ganhos com os empreendimentos existentes. A perspectiva, então, é que a economia possui potencial para atrair novos negócios.

Como consequência, a renda e o bem-estar da população tendem a aumentar.

Mas, se os indicadores apresentam queda expressiva por um longo período, é sintoma de necessidade de correções no rumo da política econômica. Uma possível crise pode estar se aproximando.

Do ponto de vista mais pragmático, diversas modalidades de operações financeiras podem ser criadas a partir da variação do índice da Bolsa. No Brasil, por exemplo, existe um mercado de contratos financeiros vinculados ao desempenho do Ibovespa numa determinada data futura.

As arbitragens entre as cotações à vista e no futuro são especialidade de diversos operadores. O objetivo é tirar proveito de pequenas distorções momentâneas dos preços. O efeito colateral positivo para os demais investidores é o aumento da liquidez, o que leva a um maior grau de eficiência do mercado.

Na semana passada, depois de 45 anos, a forma de cálculo para a composição do Ibovespa foi revista. Em sua maneira antiga, o índice não mais refletia o desempenho geral da economia brasileira. Além disso, provocava distorções em diversas operações, prejudicando a eficácia das estratégias de investimento.

A principal razão para a revisão do Ibovespa foi o aumento da participação no índice da OGX. Na antiga metodologia, ações de companhias com maior quantidade de negócios tinham peso maior do que papéis de empresas maiores e mais sólidas. Não é razoável que problemas com uma companhia específica aumentem a percepção de risco da Bolsa. As oscilações percentuais das cotações da OGX foram brutais nos últimos meses.

Historicamente, existiam razões que explicavam a forma anterior do Ibovespa. A presença de grandes empresas estatais que possuíam apenas uma fração das ações efetivamente negociadas em Bolsa justificava o arranjo. No entanto, com a constante evolução do mercado, a mudança passou a ser inevitável.

Um aspecto positivo é que o Ibovespa tende a ficar menos especulativo, o que deixaria mais confortável os aplicadores com perfil conservador.

Em compensação, estratégias de investimento que visam tirar proveito de ajustes de curto prazo, apostando no crescimento da demanda por um papel específico devido ao aumento de sua participação no índice, podem ficar inviabilizadas.


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