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Preço do pedágio ameaça novas concessões

Para empresas do setor, negócio somente é viável com desconto pequeno sobre o valor-teto exigido pelo governo

Após manifestações de julho, concessionárias estariam preocupadas com o risco de cobrar mais caro pelo serviço

DIMMI AMORA DE BRASÍLIA

O alto valor de algumas praças de pedágio que o governo pretende lançar no programa de concessão de rodovias é apontado como risco para o negócio e indicação do esgotamento do modelo de concessões no país.

Segundo a ABCR (Associação Brasileira da Concessionárias de Rodovias), a média dos preços dos pedágios das estradas federais hoje é de R$ 5,20 por 100 km.

O valor-teto das três primeiras rodovias que estão em processo de concessão está, em média, em R$ 10,40 por 100 km. A vencedora da concorrência é a que oferece o maior desconto sobre esse valor. Nos últimos anos, os descontos nas licitações federais têm ficado acima de 40%.

Nas duas primeiras concessões do programa da presidente Dilma, só houve interesse em uma, a BR-050/MG-GO, com oito candidatos. Nela, o pedágio-teto era o mais baixo, R$ 7,90. A disputa deve reduzi-lo a próximo da metade. O vencedor do leilão será conhecido depois de amanhã.

Já a concorrência da BR-262/MG-ES não teve interessados. O valor-teto era R$ 11,50. Na BR-101/BA, a próxima que vai a leilão, no mês que vem, o valor-teto é ainda maior: R$ 12 por 100 km.

A Folha apurou com empresas do setor que estudaram o edital que seus modelos apontavam que o negócio só seria viável com descontos pequenos sobre o preço-teto. Com isso, o valor cobrado dos usuários seria elevado, reduzindo a atratividade da concessão e aumentando o risco.

Nas mais recentes manifestações populares contra o governo, em julho, praças de cobrança foram vandalizadas em São Paulo. No Espírito Santo, manifestantes pediram o fim da cobrança numa ponte entre Vitória e Vila Velha.

MODELO QUESTIONADO

As manifestações e os números apontam para um certo esgotamento do modelo de pedágio no país, retomado no início da década de 1990. Dados da ABCR mostram que o país tem a maior extensão de estradas pedagiadas do mundo. O dado é ainda pior se relativizado com a extensão de malha pavimentada.

As estradas de maior volume de tráfego foram as primeiras a ser objeto de pedágio, sobrando pistas em que o volume de veículos é relativamente baixo, e os investimentos necessários para sua duplicação, elevados.

Uma imposição a mais da presidente Dilma para essa rodada de concessões catapultou ainda mais o preço. Ela exigiu toda a duplicação nos cinco primeiros anos da concessão, encarecendo ainda mais o negócio.

O aumento da expectativa de ganho das empresas para participar do leilão, a chamada taxa de retorno, também influiu no preço mais alto. Segundo estudo da consultoria LCA, no início do processo, os preços de pedágio-teto estavam 50% menores que os que estão indo a leilão hoje.

O aumento da taxa de retorno ocorreu após as empresas anunciarem que não participariam da rodada de concessões de 2013, alegando inviabilidade. Os leilões da época foram adiados.


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