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Análise
Mercado de trabalho terá influência na eleição de 2014
ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULOO rumo do mercado de trabalho será um fator importante para o cenário político e econômico do país nos próximos meses.
Sua tendência terá impacto na eleição presidencial de 2014 e afetará a inflação, variável que preocupa economistas e contribuiu para as manifestações de junho.
Descontados detalhes, o retrato geral que emerge dos dados divulgados ontem pelo IBGE é o de um mercado de trabalho ainda robusto.
A taxa de desemprego veio abaixo das previsões e os salários ainda crescem em ritmo forte, embora menor.
Ter trabalho e aumento de renda importa mais do que o percentual de alta ou queda do PIB (Produto Interno Bruto), conceito abstrato para grande parcela dos eleitores.
O desempenho do emprego no país até agora, portanto, parece continuar favorecendo o governo. As apostas de economistas sobre a taxa de desemprego daqui para a frente variam.
Há quem aposte em alta, há quem espere recuo. Mas, independentemente da direção, as expectativas são de oscilações pequenas.
Se estiverem corretas, a taxa de desemprego continuará em nível histórico baixo.
Mas estar empregado, como os protestos recentes deixaram claro, pode não ser suficiente para garantir a sensação de bem-estar do eleitor.
A insatisfação com a alta dos preços parece ter contribuído para os protestos recentes. Inflação em alta corrói o poder de compra.
A dinâmica da renda real, portanto, conta muito. Sua direção estará ligada tanto ao rumo da ocupação quanto às oscilações dos preços.
A tendência da inflação, por sua vez, também depende das oscilações do mercado de trabalho, assim como de variáveis como o câmbio. No mundo econômico, é tudo muito intrincado.
Isso contribui para que projeções sejam sempre sujeitas a grande risco de erro, principalmente em um cenário como o atual de recuperação errática tanto no país como no exterior.