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Paralisados, EUA deixam de divulgar dado de emprego

Falta de índice, que norteia Fed em decisões econômicas, pode adiar medidas

Suspensão de atividade do governo ocorre após Congresso falhar em votar Orçamento do atual ano fiscal

JOANA CUNHA DE NOVA YORK LUCIANA COELHO EDITORA-ADJUNTA DE "MERCADO"

Paralisado devido à falta de acordo no Congresso sobre o Orçamento do ano fiscal de 2014, que começou no dia 1º, e sem margem para contrair empréstimos, o governo americano deixou de divulgar o índice nacional de desemprego, que sairia ontem.

O número, anunciado sempre na primeira sexta do mês pelo Departamento do Trabalho, é um dos termômetros do Federal Reserve (banco central dos EUA) para balizar sua política monetária e a injeção mensal de US$ 85 bilhões no mercado de títulos da dívida.

Essa decisão é esperada atentamente pelos mercados globais, Brasil inclusive, dado seu impacto potencial nos fluxos de capital e no câmbio.

Em agosto, a taxa ficara em 7,3%, e a expectativa era que ela recuasse agora para 7,2%. Embora não tome o índice como único guia, o Federal Reserve vinculou uma futura alta dos juros, hoje beirando zero, a um desemprego de 6,5%.

Mas o Fed pode ter de adiar sua decisão, ou lançar mão de informações compiladas pelo setor privado, caso o impasse do Orçamento não se resolva até a próxima reunião de seu comitê monetário, nos dias 29 e 30 deste mês.

"A escassez de estatísticas prejudica as estimativas sobre o rumo da economia", disse ontem Dennis Lockhart, presidente regional do Fed de Atlanta, em conferência.

O Departamento do Trabalho --e todos os demais-- está trabalhando em uma espécie de "operação tartaruga", com a maioria dos funcionários esperando em casa e sem salário pelo fim do impasse.

No birô de estatísticas trabalhistas, por exemplo, o plano de contingência inclui só 3 dos 2.409 funcionários.

MENSAGEM POLÍTICA

O Executivo suspendeu todas as suas atividades não essenciais na última terça, após a oposição republicana e a situação democrata, sem consenso, falharem em aprovar o Orçamento no Congresso.

A questão se agrava porque o governo bateu em maio seu limite de endividamento (US$ 16,7 trilhões) e vinha desde então usando medidas emergenciais para tomar empréstimos. Segundo o Tesouro, esses recursos acabarão no dia 17.

A julgar pelo histórico, subir o teto da dívida antes disso implicará novo impasse no Congresso --desta vez, com risco de suspender serviços essenciais e o pagamento de juros da dívida dos EUA.

Temendo antecipar o quadro, o governo cortou atividades ao mínimo e entrou em "shutdown" (fechamento).

Os juristas nos EUA não entraram em consenso se a Constituição permite ou não, em tal situação, que a Casa Branca tome empréstimos sem aval do Congresso.

Enquanto não há definição, e a oposição usa o impasse com viés político (leia mais em Mundo), o presidente Barack Obama escolhe cortes de visibilidade para expor o problema e passar sua mensagem.

Além do fechamento de monumentos, por exemplo, desde terça o site da Casa Branca e outras páginas eletrônicas do governo também entraram em "shutdown", com mensagens alertando para a falha do Congresso e a falta de verba para atualizar dados e atender ao público.


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