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Ligação de celular no Brasil é a mais cara do mundo, diz a ONU
Levantamento considerou 161 países e, no Brasil, usou tarifas médias praticadas em São Paulo
Empresas argumentam que estudo se baseou nas tarifas-teto, e não nas praticadas; Hong Kong tem menor preço
O custo da chamada de celular no Brasil é o mais caro do mundo, segundo relatório divulgado ontem pela ITU (União Internacional de Telecomunicações), da ONU.
O minuto da ligação entre uma mesma operadora fora do horário de pico custa US$ 0,71 no país. Entre operadoras diferentes, sobe para US$ 0,74, pela pesquisa.
No caso das chamadas feitas por números da mesma operadora, a tarifa mais baixa encontrada foi de US$ 0,01 o minuto, em Hong Kong e na Índia. Nos EUA, por exemplo, o custo é de US$ 0,27.
A tarifa no Brasil é mais que o dobro de outros países da América Latina, como Argentina e México.
Em relação às ligações feitas entre operadoras diferentes, a menor tarifa encontrada foi de US$ 0,01, em Hong Kong. A segunda menor é de US$ 0,02, da Índia.
O levantamento considerou 161 países e, no Brasil, utilizou as tarifas médias praticadas em São Paulo.
Três fatores que ajudam a explicar os altos custos no Brasil, diz Marcelo Knörich Zuffo, professor da Escola Politécnica da USP: baixo investimento em infraestrutura, alta demanda e alta incidência tributária.
O estudo mostrou que países desenvolvidos, como Suíça e França, possuem altos custos. "Nesses países também há alta incidência tributária, mas a qualidade dos serviços é outra", diz Zuffo.
OUTRO LADO
Em nota, a Sinditelebrasil, entidade que representa o setor de telecomunicação, diz que o levantamento de preços da ITU considera planos que "não são praticados no mercado brasileiro, apenas são homologados no órgão regulador, como uma espécie de preço máximo".
Por isso, afirma a entidade, o resultado do relatório não reflete a realidade brasileira, formada por uma grande variedade de planos alternativos, com preços menores.
"Se forem levados em conta todos os planos, verificamos que o preço médio do minuto no Brasil é de R$ 0,15, com impostos (US$ 0,068). E esse preço caiu pela metade nos últimos cinco anos", afirmou a entidade.
