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Análise política econômica e setor bancário

Disputa entre bancos públicos e privados segue acirrada em 2014

Governo tem dificuldade para desacelerar crédito na Caixa, BB e BNDES

Pé no freio nos financiamentos atinge justamente os principais financiadores da agenda prioritária da presidente Dilma

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA

Depois de cinco anos fomentando o crédito via bancos públicos, o governo pede agora para Caixa, Banco do Brasil e BNDES desacelerarem os empréstimos, abrindo espaço aos rivais privados.

O motivo são os recursos escassos para injetar nos bancos públicos (só o BNDES levou R$ 300 bilhões desde 2009). A avaliação é que os bancos públicos devem priorizar o crédito que interesse pouco aos rivais privados --habitação popular (Caixa), agronegócio (BB) e infraestrutura pesada (BNDES).

Nos bastidores, há uma preocupação com a inadimplência e a falta de critério (ou critérios políticos) na concessão de crédito, especialmente, em um momento de duplo desafio: aumento de juros e desaceleração econômica.

Para o Banco Central, a medida é importante para ajudar a aproximar o índice oficial de inflação do centro da meta de 4,5%. Isso porque a redução do ritmo de concessão de novos empréstimos a custos baixos aumenta o efeito da alta de juro.

A estratégia do governo é que a Caixa e BNDES saiam do financiamento a grandes empresas (os bancos privados atuam nesse mercardo).

O BB, que disputa todos os segmentos, é um caso a parte. O banco tem crescimento espantoso no crédito de 21% ao ano, mas obteve R$ 9 bilhões com a venda de ações da unidade de seguros (BB Seguridade) e tem facilidade em levantar dinheiro nos mercados globais.

O problema é que o pé no freio nos financiamentos atinge prioritariamente a Caixa e o BNDES, justamente os principais financiadores da agenda prioritária da presidente Dilma Rousseff.

Entre outras atribuições, a Caixa é responsável pelo Minha Casa Melhor, programa que dá empréstimo para compra de móveis e eletrodomésticos para baixa renda.

Já o BNDES é peça fundamental nos planos de investimento em ferrovias, rodovias, portos e aeroportos por todo país. Dos cerca de R$ 200 bilhões orçados, a parte que cabe ao banco fica, em média, em torno de 70%.

Com base nesse diagnóstico, o Bradesco traçou o que o diretor Luiz Carlos Angelotti chamou de "cenário desafiador" para 2014. Na visão do segundo maior banco privado brasileiro, a concorrência com os bancos públicos continuará firme no ano que vem.

A situação é agravada pelo aumento significativo no custo de captação devido à alta dos juros do governo.

O Bradesco responde a esse ambiente voltando-se a segmentos de menor risco (crédito consignado, imobiliário, grandes empresas), porém, de ganhos modestos.

A previsão do Bradesco é que a margem de ganho com os empréstimos caia para a casa de 1% a 3% (hoje é 7%).Nos próximos dias veremos como os demais bancos contornaram a situação no terceiro trimestre.


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