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Inflação atingirá pico durante campanha presidencial em 2014

Alta de preços deverá ser um dos principais temas econômicos do debate entre candidatos

Depreciação cambial mais forte do que o previsto é um dos principais riscos para a inflação em 2014

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

A inflação recuará no início de 2014, mas voltará a subir em meados do ano, o que fará com que seu pico ocorra durante a campanha eleitoral, que começa em julho.

Esse é o cenário de muitos bancos e consultorias. Caso se concretize, poderá fazer com que a alta de preços seja um dos principais temas dos debates entre os candidatos à Presidência.

Segundo as previsões, tanto a inflação de alimentos como a de serviços perderão força, mas seguirão em patamar elevado. Um aumento mais moderado do salário mínimo contribuirá para uma menor pressão sobre os preços como os de mão de obra e de serviços domésticos.

Já as tarifas administradas (estabelecidas por contrato ou pelo governo) subirão com muito mais força no próximo ano. Em 2013, o governo reduziu o valor da energia elétrica e segurou até recentemente o reajuste do preço defasado da gasolina.

"Não vai ter corte no preço de energia elétrica em 2014, o preço da gasolina deverá voltar a subir. Então, a pressão dos administrados sobre a inflação será maior", afirma Elson Teles, economista do Itaú Unibanco.

As tarifas de transporte público, no entanto, não deverão subir: "É difícil imaginar alta em ano de eleição".

PROTESTOS

As manifestações de junho passado foram deflagradas pelo aumento dos preços de transporte e acabaram provocando o cancelamento da alta em muitas cidades.

O papel da inflação nos protestos deixou claro seu possível impacto eleitoral, levando o governo a assumir um discurso de menor tolerância à alta de preços. Além disso, o Banco Central continuou subindo a taxa de juros.

Mas analistas acreditam que, apesar do aperto monetário dos últimos meses, os preços continuarão pressionados em 2014, o que poderá dificultar a reeleição da presidente Dilma, cuja popularidade tem se recuperado.

"A experiência do segundo trimestre de 2013 sugere que a popularidade presidencial é suscetível ao aumento da inflação", diz trecho de relatório do Credit Suisse.

O cenário principal do banco prevê que a inflação atingirá um pico de 6,3% em setembro. Mas a instituição ressalta o risco de que uma depreciação cambial mais forte que a esperada leve o IPCA a 6,9% (acima do teto da meta, de 6,5%) em agosto, quando começará a campanha eleitoral no rádio e na televisão.

Uma recuperação mais rápida do que o previsto nos EUA é um dos fatores que podem provocar uma desvalorização acentuada do real. Isso porque seria acompanhada de migração de investimentos de países emergentes para o mercado americano.

Para Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria, como o ponto central do discurso de Dilma deverá ser o da continuidade em relação ao governo Lula, a sensação de bem-estar da população será importante para seu resultado nas urnas.

Além disso, afirma ele, pesará muito a forma como a inflação será abordada no discurso da oposição.


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