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Alta no movimento nos aeroportos é a menor em dez anos

Analistas atribuem aumento menor no fluxo de passageiros à redução na oferta de voos e ao preço maior das passagens

Nos privatizados, no entanto, houve alta de até 10%, enquanto nos administrados pela Infraero houve queda

MARIANA BARBOSA DE SÃO PAULO

O movimento de passageiros nos aeroportos brasileiros cresceu 1,8% em 2013, menor ritmo desde 2003, quando houve queda de 5%.

Segundo analistas, o fraco desempenho tem relação direta com a situação das principais companhias aéreas, TAM e Gol, que acumulam prejuízos bilionários e, ao longo do ano, reduziram a oferta de assentos e aumentaram o preço das passagens.

O desempenho, contudo, não foi uniforme. Os aeroportos privatizados registraram aumento bem acima da média, entre 4% e 10%, enquanto a rede de 63 estabelecimentos administrados pela Infraero teve queda de 0,5%.

A expansão no movimento brasileiro está bem abaixo da média mundial, de 5% (nos 12 meses até novembro), segundo a Iata (associação internacional das empresas aéreas), e também da América Latina, que deve crescer perto de 7%, sob impulso da Colômbia, do Peru e do Chile.

CAUSAS

Para Lucas Arruda, sócio da Lunica Consultoria em Aviação, o baixo crescimento da economia em 2013 pouco afetou o resultado.

"Em mercados emergentes, o crescimento da aviação está muito mais atrelado à entrada de novas empresas e à queda no preço de tarifas do que à expansão econômica."

Entre os aeroportos com mais de 5 milhões de passageiros ao ano, Guarulhos foi o que mais cresceu: 10%, para 36 milhões de passageiros.

Refletindo a política das empresas de reduzir a oferta e aproveitar melhor a ocupação das aeronaves, Guarulhos, gerido pela iniciativa privada desde novembro de 2012, viu o volume de passageiros crescer mais que o dobro da expansão do movimento de aeronaves (3,76%).

Entre os grandes aeroportos, também registraram crescimento acima da média Recife (6%), Campinas (5%) e Brasília (4%) --os dois últimos privatizados.

A perda para a Infraero é ainda maior entre os passageiros internacionais, que são mais rentáveis. O movimento internacional nos 63 aeroportos da rede caiu 4,4% em 2013, enquanto o doméstico ficou estável (-0,3%).

OBRAS

Uma das explicações para a queda no movimento está nas obras de infraestrutura relacionadas à Copa do Mundo, que levaram a perdas de passageiros em Confins (MG) e no Galeão (Rio), os principais aeroportos internacionais sob gestão da estatal --eles foram concedidos à iniciativa privada no fim de 2012, mas a administração ainda não foi transferida.

As empresas aéreas dizem que tiveram negados muitos pedidos de voos para esses aeroportos. Em contrapartida, os privatizados Guarulhos, Viracopos e Brasília, que também passam por obras, não negaram nenhum pedido.

Brasília, por exemplo, conseguiu atrair mais voos devido à política de redução de ICMS adotada pelo governo do Distrito Federal após demanda das empresas e do próprio operador do aeroporto.

"O movimento de concessão ainda é recente, mas já se veem os operadores privados fazendo tentativas para atrair empresas aéreas", diz Arruda.


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