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Documento dá bastidores da ação do Fed na crise de 2008

Gravidade dos problemas financeiros surpreenderam banco central dos EUA

Analistas procuram nos papéis opiniões e ações da presidente do banco, Janet Yellen, à época diretora regional do Fed

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O Fed (banco central americano) divulgou ontem a transcrição de 14 reuniões (6 delas de emergência), acontecidas durante a crise financeira de 2008, e que revelam os bastidores e a perplexidade das autoridades americanas diante da ameaça de uma nova quebradeira bancária.

O então presidente do banco, Ben Bernanke, disse dois dias após a decisão de permitir a falência do banco Lehman Brothers que "nossa política parece realmente boa".

"Nossa ação rápida no início do ano, que era obviamente muito polêmica e incerta, foi apropriada", afirmou, no encontro de 16 de setembro de 2008, aos outros membros do conselho da Fed.

O Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos EUA, com US$ 600 bilhões em ativos e 25 mil funcionários, seria grande demais para que o deixassem quebrar --seu fechamento acelerou a grande crise.

À PROCURA DE YELLEN

O BC americano havia cortado a taxa de juros previamente em 2008, apesar da resistência de outras autoridades em razão de um aumento da inflação. A ação foi insuficiente para evitar a crise.

As transcrições das reuniões, que habitualmente são reveladas após um prazo mínimo de cinco anos, mostram as mudanças no pensamento e na atitude de Bernanke e estão sendo lidas com lupa por analistas, à busca de identificar as ideias e as ações da nova presidente da Fed, Janet Yellen, então diretora regional do banco em San Francisco, durante a crise.

Yellen seguiu a decisão de Bernanke de manter as taxas de juros estáveis, mas se demonstrava preocupada pelos "riscos à economia real" e afirmava: "O perigo de inflação é reduzido".

Pouco depois, Bernanke e o então secretário do Tesouro, Henry Paulson, iriam ao Congresso americano pedir apoio para um bilionário programa de resgate para salvar o sistema bancário americano e a seguradora AIG.

Ao fim daquele ano, o Fed reduziu as taxas de juros a zero, abandonando os cortes graduais, anunciou que compraria títulos hipotecários privados e, mais tarde, começaria a adquirir agressivamente títulos, com dinheiro novo, o que se tornaria a marca de sua gestão nos cinco anos seguintes.

"Nós estamos em uma conjuntura histórica tanto para a economia americana quanto para o Fed", disse Bernanke em dezembro, quando a taxa de juros ficou próxima a zero.

"A crise econômica e financeira é severa, apesar dos esforços extraordinários não só do Fed, mas de outras autoridades pelo mundo."


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