Folha de S.Paulo

Mercado Aberto

Setor de óleo e gás atrai indústrias de aço ao RJ

A exploração de petróleo e gás em águas profundas deverá atrair para o Rio de Janeiro investimentos em um novo segmento, o de forjarias de aços especiais.

A empresa italiana Marcora, em parceria com o grupo brasileiro Gaia, planeja instalar uma planta industrial com aporte estimado em R$ 120 milhões no município de Seropédica, a cerca de 70 km da capital fluminense.

A fábrica deverá produzir aproximadamente 40 mil toneladas em equipamentos de aço para extração de petróleo em condições submarinas.

A companhia já fornece suprimentos do gênero para o setor petrolífero nacional, mas atualmente as peças são importadas de sua unidade localizada em Milão.

"Esses investimentos vão reforçar a cadeia de óleo e gás com um elo que hoje ainda não possui empresas em operação", afirma Julio Bueno, secretário estadual de Desenvolvimento do Rio.

Procurado, o grupo brasileiro que faz parte do negócio confirmou as informações, mas não quis falar -mais detalhes serão divulgados em março, quando o projeto será oficialmente lançado.

Outra empresa italiana do mesmo segmento, a Galperti, comprou uma área em Duque de Caxias para investir R$ 65 milhões em uma planta industrial, ainda segundo a administração estadual.

Desde o ano passado, o governo do Rio trabalha na formação de um polo específico de companhias de serviços e suprimentos do setor de exploração submarina.

"Hoje, já são 85 empresas no Estado na área de 'subsea', mas há potencial para crescer mais", afirma Bueno.

ROUPA NA RUA

A rede Lojas Avenida, de vestuários, calçados e cama, mesa e banho, pretende investir R$ 60 milhões neste ano na construção de um condomínio industrial em Campo Grande (MS) e na abertura de 18 lojas no país.

O projeto do módulo, que ficará anexo ao centro de distribuição da empresa, terá uma área de 50 mil m² e capacidade para abrigar dez galpões para locação.

Serão investidos R$ 30 milhões na obra, voltada para reunir fornecedores que hoje atuam no interior de São Paulo e nas regiões Sul e Nordeste do país.

"A vinda das empresas vai facilitar a logística, o tempo de entrega e de reposição das peças nas lojas", diz Rodrigo Caseli, presidente do grupo mato-grossense.

"Também teremos exclusividade na compra das peças produzidas no local."

As lojas serão abertas em São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, com foco em cidades a partir de 60 mil habitantes.

Hoje, são 104 pontos, todos próprios, em 13 Estados.

ALUGUEL ATRASADO

O volume de processos por atraso de aluguel protocolados na cidade de São Paulo em janeiro caiu 3,6% em relação ao mesmo período de 2013, segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação).

O total de ações locatícias foi de 1.599 no mês passado. Em janeiro de 2013, o montante havia sido de 1.658.

A redução é reflexo da lei do inquilinato, que desde 2009 agilizou os processos de cobrança e tem causado recuo progressivo no volume de ações, segundo Jaques Bushatsky, diretor do Secovi.

Na comparação com dezembro do ano passado, houve um aumento de 46% na quantidade de ações.

"Por causa do recesso no mês de dezembro, fórum e advogados deixam para dar continuidade às ações em janeiro, o que justifica o crescimento no mês", afirma.

Esse mesmo efeito deverá se repetir em julho e agosto, por causa de recessos que deverão ocorrer em junho em razão da Copa do Mundo, de acordo com Bushatsky.

"Isso deverá se refletir em uma 'explosão' de ações nos meses seguintes", afirma o diretor da entidade.

COMBUSTÍVEL SEM INFLAÇÃO

O preço do biodiesel está mais baixo que o do óleo diesel S10 em sete de nove Estados analisados pela Aprobio (Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil).

Quando é considerado o diesel S500 (mais poluente), o número de Estados onde o biodiesel é mais barato cai para quatro -Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

"Os dados mostram que, em algumas localidades, seria possível aumentar o volume de biodiesel no óleo diesel sem comprometer a inflação", afirma o diretor-superintendente da entidade, Julio Minelli.

A lei atual determina que a mistura seja de 5%. Os carros, porém, estão preparados para que a mescla seja de até 30%, segundo Minelli.

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