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Brasil na balança

Governo comemora recuperação 'gradual'

Longe do sonho de crescer acima de 4% ao ano, Dilma calibra discurso para responder a críticas da oposição

Na campanha eleitoral, taxa de desemprego, em torno de 5%, deve ser um dos principais bordões econômicos

VALDO CRUZ GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

Diante das críticas da oposição, que classifica de "medíocre" o PIB do período Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto já calibra seu discurso sobre o desempenho da economia brasileira de olho na eleição deste ano.

Ciente de que o sonho de um crescimento anual médio acima de 4% evaporou-se e sendo obrigado a conviver com uma taxa média de no máximo 2%, o governo Dilma vai insistir na tecla de que o país está numa trajetória de recuperação econômica "moderada, gradual e crescente".

Cenário que o governo vai procurar destacar, daqui até a eleição, como uma "conquista" num momento em que o mundo ensaia sair de uma crise que derrubou o PIB nos EUA e na Europa, fazendo até a China desacelerar.

A equipe de Dilma considera que o resultado do PIB do ano passado, principalmente no último trimestre, ajuda a corroborar seu discurso e vai conter, pelo menos por enquanto, a onda de "pessimismo" que tomava o mercado.

Algo considerado como vital para tentar iniciar um processo de recuperação da confiança de empresários e consumidores e evitar um primeiro semestre fraco na economia, o que pode afetar a imagem da presidente Dilma na fase pré-campanha.

Os dados de 2013, na avaliação da equipe presidencial, mostram que o "copo da economia brasileira está, no mínimo, meio cheio" e que o cenário não é "tão ruim" quanto os "pessimistas" da oposição e do mercado vinham alardeando.

O governo não só respirou aliviado como comemorou, em tom moderado, o fato de o crescimento no quarto trimestre ter ficado acima da expectativa do mercado.

O que fez o país crescer, lembram assessores, acima da média europeia e de países como o México, visto como novo queridinho do mercado internacional.

O lado do "copo meio vazio" da economia fica por conta da indústria, que preocupa o governo, principalmente pela tendência de queda das exportações brasileiras diante da crise econômica dos nossos vizinhos, Argentina e Venezuela.

Em seu esforço para minimizar os efeitos políticos do baixo crescimento, o Planalto vai usar também a bandeira do pleno emprego. Será uma das peças principais da campanha o fato de a taxa de desemprego, mesmo num período de crise, ter ficado baixa, na casa dos 5%.

Dilma vai procurar passar a mensagem de que o país pode não ter crescido o necessário, mas seu governo buscou preservar o emprego.

Será uma estratégia para tentar diminuir o efeito negativo para a presidente da comparação do desempenho do PIB em seu governo com o dos governos anteriores.

Pelos resultados do PIB apurados desde a década de 1950, o governo Dilma só supera o do ex-presidente Fernando Collor. Enquanto ela registra entre 2011 e 2013 um crescimento médio anual de 2,01%, o governo Collor (1990/1992) teve uma retração média anual no período de 1,31% (veja quadro).

Dilma fica bem atrás de seu antecessor e criador, Luiz Inácio Lula da Silva, que obteve um crescimento médio anual de 4,03% em seus oito anos de governo (2003 a 2010). Perde também para o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, que registrou crescimento médio de 2,28% entre 1995 e 2002.


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