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Europa quer ampliar fatia feminina nos altos escalões

Projeto aprovado pelo Parlamento europeu prevê mulheres em 40% dos cargos de conselho de administração de empresas abertas

LEANDRO COLON DE LONDRES

A União Europeia tem avançado na discussão sobre a participação de mulheres em cargos de direção em empresas públicas e privadas.

Projeto aprovado pelo Parlamento europeu em novembro estabelece uma meta para que as mulheres ocupem 40% dos cargos de conselho de administração de empresas de capital aberto.

A proposta é capitaneada pela deputada Viviane Reding, de Luxemburgo, vice-presidente da Comissão Europeia. "Particularmente, nunca fui fã de cotas, mas dos resultados que elas dão", disse em entrevista à Folha.

"Pressão regulatória funciona. Mais e mais empresas estão competindo para atrair os melhores talentos do sexo feminino", afirmou.

Para virar lei, o projeto precisa ser negociado pelo Parlamento com os 28 países-membros da UE. O Reino Unido se mostrou resistente, mas a nova coalizão do governo Angela Merkel sinaliza ser favorável na Alemanha.

A ideia do Parlamento europeu é haver sanções às companhias que descumprirem a regra, que abarca, ao menos, 5.000 empresas de grande porte.

O texto é claro: devem ser criados critérios de seleção transparentes para cargos do corpo diretivo (não executivos) para que ao menos 40% das vagas sejam preenchidas por mulheres. Qualificações e méritos continuam a ter prioridade, mas, quando houver igualdade de condições, elas terão a preferência.

Embora mais de 80% das vagas estejam com os homens, há tendência de crescimento. Hoje, segundo dados da Comissão Europeia, 17,8% desses cargos são ocupados pelo sexo feminino, enquanto em 2010 o percentual era de 11,9% e, em 2003, era 8,5%. Lideram o pelotão pró-mulheres, pela ordem, Finlândia, Letônia, França e Suécia. Na lanterna estão Chipre e Malta.

Para a deputada Viviane Reding, o debate já ajuda a pressionar empresas. "Desde que começamos a discutir uma lei, o número de mulheres tem crescido", afirma.

Pelo texto votado, as companhias devem aprimorar regras de recrutamento para que a meta de 40% seja atingida até 2020 (ou 2018, no caso das públicas).

Agora começa a fase mais complicada. Segundo dados do bloco, apenas 11 dos 28 Estados-membros já implementarem instrumentos de igualdade de gênero nas empresas. A maioria ainda não se mexeu em relação ao tema, o que pode criar obstáculos para um texto único na Europa.

Um dos entraves é o Reino Unido. Com apoio de outros países, o governo britânico tem criticado a proposta desde o começo. Dado divulgado recentemente revela que apenas 23,8% dos cargos dos conselhos das cem maiores empresas britânicas são ocupados por mulheres.


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