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Cresce busca por cooperativa de crédito

Embora ainda pouco representativos no sistema financeiro, depósitos no segmento mais que dobraram em 5 anos

Entre as vantagens, estão juros para empréstimos, em geral menores que os de bancos, mas há riscos

GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO

Josefina Maria da Silva, 59, é autônoma, trabalha com eventos e não tem conta em banco. Mas tem talões de cheque, conta-corrente, costuma sacar dinheiro e já fez aplicações financeiras para ajudar na compra do apartamento.

Uma cooperativa de crédito é a responsável pelas operações que ela faz.

Com um esforço de profissionalização e a iminente criação de um sistema de garantias único a todas, essas instituições têm ganhado espaço nos depósitos dos brasileiros.

Entre as vantagens oferecidas pelas cooperativas, afirmam consultores ouvidos pela Folha, estão a possibilidade de encontrar juros de crédito menores que os de bancos e remuneração maior oferecida por títulos emitidos pela instituição --como os RDC (Recibos de Depósitos Cooperativos), equivalentes aos CDB (Certificados de Depósitos Bancários) dos bancos.

Mas há risco de liquidação em caso de problemas, assim como nas instituições tradicionais; os limites para o crédito costumam ser menores e os associados devem participar de assembleias.

O valor depositado nas cooperativas, embora menos representativo, cresceu com mais intensidade do que nos bancos. Em cinco anos, mais que dobrou, até os R$ 11,5 bilhões atuais, ou 5% do total do sistema financeiro. Em 2009, a fatia era de 3%, mesma participação delas no crédito, que ficou estável.

Nos bancos, o volume subiu 47%, de R$ 149,270 bilhões para R$ 219,506 bilhões.

Só no Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil), que reúne cerca de metade das entidades, são 2,2 milhões de contas.

Para virar cooperado e acessar os serviços, é preciso comprar cotas para se tornar sócio da instituição, que pode ser fechada a uma classe --funcionários de uma empresa, servidores etc.-- ou aberta a outros interessados.

Funcionários do Ministério Público do Rio de Janeiro, por exemplo, disponibilizam R$ 1.200 no início.

O valor é transformado em cotas de capital que dão direito a voto nas assembleias. A cifra é corrigida pela taxa Selic (juro básico da economia do país), mas só pode ser resgatada ao final do exercício, uma vez ao ano.

Como o objetivo da instituição não é obter lucro, pois se trata de uma cooperativa, todo esforço é feito para que a taxa oferecida nos empréstimos cubra apenas os custos e seja mais baixa do que a dos bancos. As linhas variam de crédito para veículos a antecipação de restituição do Imposto de Renda.

Se ao final do exercício houver lucro, ou sobra, como é chamada, a quantia é redistribuída aos associados.

GARANTIAS

Um mecanismo de garantias igual ao FGC (Fundo Garantidor de Créditos) está sendo finalizado para dar mais segurança aos usuários do sistema. Funcionará a partir de abril com as mesmas regras do fundo dos bancos, oferendo cobertura para depósitos e aplicações em RDC em casos de liquidação.

Hoje, há garantias, mas as regras variam --cada cooperativa estipula a contribuição para o fundo de reserva e o limite de cobertura.

Em paralelo, o sistema avança em busca de profissionalização, com o objetivo de ser a principal instituição financeira dos cooperados.

A ideia é oferecer uma gama de produtos e serviços semelhante às disponíveis nos bancos, com taxas atraentes.

O Sicoob, por exemplo, finaliza a criação de uma seguradora própria para a rede de cooperados.

Além de cartões de débito e convênio com caixas eletrônicos, a maioria das cooperativas já permite a movimentação por celular ou tablet.


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