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Jovem adia trabalho e 'reduz' desemprego

DA REUTERS

Alguns fatores explicam o fato de o desemprego ainda ser tão baixo no Brasil, com a economia crescendo tão pouco há anos, mas um deles chama a atenção: há mais pessoas que decidiram não trabalhar, uma tendência que parece ser duradoura e que pode limitar o crescimento da economia por muitos anos.

Dados sobre o mercado de trabalho mostram que o número de pessoas que não quer trabalhar nas seis maiores regiões metropolitanas do país cresceu seis pontos percentuais desde 2002, para 39% das pessoas em idade ativa.

O aumento é equivalente a cerca de 2,5 milhões de pessoas. Como comparação, é o dobro do número de pessoas que são hoje classificadas como desempregadas.

O caso de Mariane Soares, 18, ajuda a explicar o fenômeno. Sua mãe começou a trabalhar logo após terminar o equivalente ao ensino médio para pagar contas.

Em contrapartida, Mariane faz cursinho para entrar na graduação de ciência política da UnB (Universidade de Brasília) --e não trabalha.

É mais fácil encontrar estudantes hoje dizendo que serão bancados por seus pais e ficarão sem trabalhar pelo menos até terminar a faculdade com 23 ou 24 anos.

"A vontade de estudar em uma universidade federal prevalece", disse Monalisa Feitosa, 18, que quer ser dentista em Brasília.

Já a estudante Maria Laura Cordeiro, 18, vê outra saída na hipótese ainda improvável de uma recessão. "Se acontecer isso, não vou abandonar [a faculdade]. Vou trabalhar de dia ou à noite, viver no energético. É meu sonho e vou até o final."

No longo prazo, a busca por mais educação vai ajudar o Brasil a superar problemas com a produtividade. Mas, no curto prazo, a dificuldade das empresas em encontrar e reter mão de obra força salários para cima, reduz lucros das empresas e alimenta inflação.

"O Brasil no passado era uma história de mão de obra abundante. Agora somos uma história de mão de obra escassa", disse o sócio da AC Pastore & Associados e ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore.


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