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Servidores do IBGE prometem paralisar suas atividades hoje

Funcionários protestam contra suspensão da divulgação de pesquisa que mede desemprego nacional

Ministra diz que instituto tem "plena autonomia" e que não houve pressão por parte do governo

DO RIO DE BRASÍLIA

A reação do corpo técnico do IBGE contra a interrupção da divulgação da Pnad Contínua ganhou força e funcionários do instituto marcaram para hoje um dia de paralisação nacional.

O movimento se intensificou após carta na qual 45 técnicos de duas coordenações do instituto ligadas à pesquisa (trabalho e rendimento e métodos e qualidade) afirmam que não há necessidade de alterar sua metodologia nem parar a apresentação trimestral dos dados.

A crise começou na quinta-feira da semana passada, quando a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, anunciou que a divulgação da Pnad Contínua seria suspensa.

O motivo seria a necessidade de fazer uma revisão da metodologia e da amostra da pesquisa porque a renda domiciliar per capita, calculada pela Pnad Contínua, passará a ser um dos critérios de repartição do Fundo de Participação dos Estados a partir do ano que vem.

O problema é que há grande diferença entre as margens de erro de cada Estado, o que poderia distorcer os repasses.

A decisão de suspender a divulgação irritou o corpo técnico, que não foi consultado.

No mesmo dia, duas diretoras contrárias à decisão pediram exoneração. No dia seguinte, 18 coordenadores ameaçaram entregar os cargos, mas voltaram atrás após reunião com a direção na qual se decidiu criar um grupo para estudar como compatibilizar a divulgação com mudanças na pesquisa.

A Folha apurou que a direção do IBGE já se mostra mais flexível a mudar sua decisão e retomar as divulgações, mas aguarda a proposta do grupo.

O argumento de Bivar era de que faltavam servidores para analisar e preparar dados para a divulgação ao mesmo tempo em que se redesenhava a pesquisa para reduzir a diferença das margens de erros entre os Estados.

'PLENA AUTONOMIA'

Em Brasília, a ministra Miriam Belchior (Planejamento) negou que haja intervenção do governo na decisão. "O IBGE tem plena autonomia", disse a ministra, que repetiu a explicação oficial segundo a qual a interrupção foi motivada por dificuldades operacionais do instituto.

A ministra afirmou que o governo não tem motivos para esconder resultados historicamente favoráveis do mercado de trabalho.

"Não temos medo do debate sobre emprego", afirmou a ministra.


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