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Produção de veículos reage em abril, mas recua 12% no ano

Apesar da alta de 1,6% em relação a março, indústria fabricou 21% menos unidades do que em abril de 2013

Setor reage à queda nas vendas para a Argentina e à retração na demanda interna; montadoras estudam férias coletivas

EDUARDO SODRÉ EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"

Em um ano em que novas fábricas começam a fabricar veículos no Brasil, como a Nissan e a BMW, o crescimento de 1,6% na produção da indústria automotiva em abril sobre março não foi suficiente para reverter o fraco desempenho do setor no ano.

Nos quatro primeiros meses, a indústria acumula produção de 1,07 milhão de veículos, com queda de 12% sobre o mesmo período em 2013, ampliando a retração registrada no primeiro trimestre (8,4%), de acordo com dados da Anfavea (associação dos fabricantes).

A produção de abril, apesar da alta sobre março, ficou 21,4% abaixo do resultado do mesmo mês de 2013.

As montadoras desaceleraram a produção devido aos problemas com as exportações para a Argentina e à retração do mercado interno. No acumulado do ano, as vendas totais (que englobam carros leves, caminhões e ônibus) têm queda de 5%.

Até março, o estoque acumulado era equivalente a 48 dias de vendas. Agora, o nível baixou para 40 dias. O número ainda preocupa a Anfavea (associação dos fabricantes), pois a redução é considerada baixa diante das interrupções de produção em diversas fábricas.

A entidade acredita que o governo irá elevar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros em julho, embora torça pela manutenção das taxas atuais.

"Em 2013, a arrecadação caiu R$ 5 bilhões com o IPI reduzido para automóveis. Mas, por outro lado, houve elevação de R$ 13 bilhões provenientes de outros tributos sobre a venda de veículos. Ou seja, o saldo positivo é de R$ 8 bilhões", disse Luiz Moan, presidente da Anfavea.

EXPORTAÇÕES

As exportações caíram 31,9% nos quatro primeiros meses deste ano. De acordo com Moan, o início do diálogo com o governo e a indústria da Argentina colaborou para a melhora das exportações em abril na comparação com março, período que registrou alta de 55,7%.

Contudo, os 36.735 veículos exportados no último mês estão bem abaixo dos 52.771 vendidos para o exterior no mesmo período de 2013.

A Renault, por exemplo, exportou 69 mil carros para o país vizinho no ano passado, equivalentes a cerca de 45 dias de produção da montadora.

O desempenho ruim já motivou recuo no nível de emprego no setor, que cortou 1,1% das vagas em abril sobre o mesmo mês do ano passado, segundo a entidade.

Muitas montadoras do país adotaram nas últimas semanas estratégias para corte de produção, diante de acúmulo de estoques em concessionárias e pátios. As medidas incluíram programas de demissão voluntária e redução nas horas trabalhadas.

A VW implementa, neste mês, um programa de "lay-off" (suspensão temporária de contrato de trabalho) nas fábricas de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e São José dos Pinhais (PR).

Em Porto Real (RJ), 650 dos 3.000 trabalhadores do grupo PSA Peugeot Citroën entraram em "lay-off" em fevereiro. Caso o cenário não se reverta até junho, algumas montadoras estudam conceder férias coletivas durante a Copa do Mundo.


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