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Inflação não deve atingir teto da meta, diz mercado
Economistas reduzem expectativa para 6,39%
Apesar das incertezas sobre os preços administrados e dos alimentos, economistas ouvidos pelo Banco Central semanalmente reduziram sua expectativa para a inflação no final deste ano.
A aposta agora é que o IPCA, índice oficial de inflação, fique em 6,39%, abaixo do limite da meta prevista pelo governo, de 6,5%.
As previsões de abril indicavam o índice no limite no acumulado de 2014, assim como ocorrera em 2011.
O IPCA de abril, divulgado na semana passada, trouxe um alívio depois do pico atingido em março, quando chegou ao maior nível para o mês desde 2003, graças ao avanço mais tímido de alimentos.
No acumulado em 12 meses, porém, está próximo do limite, em 6,28%.
A tendência é que o acumulado continue assim nos próximos meses até começar a recuar no segundo semestre. Bancos e consultorias já dão como certo um estouro da meta-- inflação acima de 6,5%-- em julho.
"A boa notícia é que a gente tem chance de não bater acima do teto, mas ainda vamos terminar o ano com inflação alta", afirma Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito).
Para o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, duas incertezas centrais pairam sobre a expectativa atual: alimentos e combustíveis.
"Provavelmente quem está com projeção acima de 6,5% está esperando anúncio de reajuste de combustível."
A Petrobras voltou a sinalizar ontem que a gasolina pode subir ainda neste ano.
Os analistas também se mostraram mais otimistas em relação à atividade econômica. Esperam um avanço de 1,69% no PIB deste ano, ante previsão anterior de 1,63%.No início do ano, a expectativa superava os 2%.