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Dividendos também são uma opção para a aposentadoria

Parte do lucro das empresas distribuído aos acionistas pode ser reinvestida para engrossar renda na velhice

É necessário disciplina para não gastar o dinheiro recebido antes do tempo, alertam especialistas

DANIELLE BRANT ANDERSON FIGO FABÍOLA SALANI DE SÃO PAULO

Aposentadoria não precisa ser sinônimo de previdência privada ou INSS. Há investidores que viram na Bolsa uma alternativa de retorno atraente no longo prazo, focando em ações que pagam bons dividendos --parte do lucro das empresas distribuído a acionistas.

A ideia é somar esses recursos, pagos de acordo com a política de cada companhia, à alta das ações. Antes de montar uma carteira, porém, é preciso seguir duas regras básicas: reinvestir o dinheiro recebido --quando a ideia for de fato usar os recursos apenas no longo prazo-- e, sobretudo, não aplicar todo o dinheiro somente nessas ações.

"Dividendo requer conhecimento e funciona dentro de estratégia de diversificação. O investidor põe a maior parte dos recursos em papéis de baixo risco --como títulos públicos, por exemplo-- e, para apimentar, aloca parte na carteira de dividendos", diz Clemens Nunes, professor de economia da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Antes de escolher a empresa, é preciso se informar sobre sua política de dividendos. Cada uma possui um calendário próprio de pagamentos. Bancos, por exemplo, costumam pagar todos os meses, mas Petrobras e Vale, por exemplo, as mais procuradas pelos investidores, geralmente distribuem parte do lucro duas vezes ao ano.

Nesse caso, o investidor terá de fazer um fluxo de caixa pessoal para conciliar os gastos na aposentadoria com o recebimento dos dividendos.

A disciplina é fundamental para quem for usar essa estratégia pensando na aposentadoria, especialmente na hora de reinvestir os dividendos recebidos, seja comprando ações de outras empresas ou diversificando a carteira, com maior proporção de títulos públicos.

"Tem que reinvestir para ganhar mais e evitar gastar esse dinheiro", diz Tatiane Cruz, gestora de recursos da corretora Coinvalores.

BOAS PAGADORAS

Entre as características dessas empresas estão o baixo nível de alavancagem --dívida sobre patrimônio líquido-- e o fato de elas já estarem consolidadas em seus setores. Isso faz com que sobre mais dinheiro para ser distribuído aos acionistas.

Historicamente, as elétricas estão entre as melhores pagadoras de dividendos, pois já possuem infraestrutura montada --não precisando manter novos e altos investimentos-- e têm geração de caixa constante.

Mesmo após a lei nº 12.783, de 11 de janeiro de 2013, que mudou as regras de concessão e afetou os ganhos de algumas dessas empresas, as elétricas continuam pagando dividendos atraentes.

"O que mudou foi o cenário: antes, havia uma previsibilidade maior em relação ao pagamento desses rendimentos pelas companhias de energia e, agora, é mais difícil prever como será no futuro", diz Daniel Utsch, analista responsável pela área de renda variável da corretora do Banco Fator.

Outro ponto a observar, e esse dá um trabalho adicional, é se a empresa tem ciclos de investimento e está próxima de iniciar um deles.

Um exemplo seriam as empresas do setor de telecomunicações, segundo Gilberto Nagai, superintendente de renda variável da gestora Itaú Asset Management.

"Esse tipo de empresa pode pagar bons dividendos por alguns anos porque não está no período de fazer investimento. Mas há um ciclo e ela tem de investir de tempos em tempos. Se estiver nessa época, vai deixar de distribuir, por algum tempo, o lucro na proporção que fazia", afirma o gestor.


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