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Prontos para servir

Antes utilizados só para tarefas braçais, robôs já substituem humanos fazendo ronda policial, diagnóstico de câncer e pesquisa judicial

DO "FINANCIAL TIMES"

Um robô pode ser a chave para prevenir mortes de crianças em ataques a escolas dos Estados Unidos, agora que essas máquinas estão avançando das fábricas para o setor de serviços.

Reluzente e branco, o robô autônomo de guarda patrulha uma área, usando dados de sensores ópticos, de som e sistemas de reconhecimento de placas de automóveis para transmitir informações às autoridades locais ou serviços privados de segurança.

Stacy Stephens e sua equipe na Knightscope desenvolveram a ideia depois do ataque à escola de Sandy Hook em Connecticut, em 2012. Policial, Stephens pensou que o pessoal da polícia precisava de tecnologia melhor.

Com 1,5 metro de altura e repleto de sensores, o robô "patrulha" a área e avisa a polícia sobre uma ameaça. Ele ainda livra os policiais de trabalhos "entediantes e rotineiros", diz Stephens.

O robô está sendo testado nas sedes de empresas de tecnologia do Vale do Silício, nas quais é mais fácil conduzir experiências do que em escolas. O Knightscope recebeu interesse não só do setor de educação como dos organizadores dos Jogos Olímpicos do Rio e de Tóquio, de empresas de segurança americanas e de outras companhias, do Oriente Médio à China.

A startup, que por enquanto tem apenas uma dúzia de funcionários, está na vanguarda de uma nova era da robótica, com a chegada de tecnologia mais inteligente até às profissões liberais.

EMPREGOS

O professor Erik Brynjolfsson, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que aponta esse fenômeno, escreveu "The Second Machine Age", livro lançado recentemente que mostra como as tecnologias em desenvolvimento podem causar problemas a milhões de empregos.

Ele diz que enquanto a primeira revolução, a industrial, era a da máquina e substituía o uso dos músculos, a segunda trará a substituição de tarefas cognitivas realizadas por seres humanos.

"Quando você substitui trabalho braçal por máquinas, ainda precisa de seres humanos para tomar decisões sobre o que deve ser feito, mas na nova onda não está claro se as máquinas substituirão ou complementarão os seres humanos", afirma.

Máquinas agora podem diagnosticar câncer de mama melhor do que seres humanos. Os advogados iniciantes foram praticamente substituídos por software de pesquisa judicial. Há carros que não precisam de motorista.

Os robôs muitas vezes custam menos que os seres humanos, trabalham jornadas mais longas e podem executar tarefas menos seguras.

A Aethon, de Pittsburgh, vende um robô chamado Tug --um carrinho de transporte que não precisa de motorista-- para hospitais, que o usam para o transporte de remédios, amostras, refeições, roupa para lavar e resíduos.

Aldo Zini, presidente-executivo da Aethon, diz que "a maior vantagem é que os robôs são bons para fazer coisas perigosas ou que não são apropriadas para um ser humano --como recolher resíduos infecciosos".

A Blue Prism, companhia britânica que trabalha em serviços de back office para clientes como os bancos, vende um robô que preenche formulários como um ser humano faria, sem necessidade de outras mudanças na plataforma de tecnologia.

Por exemplo: atender telefones pode ainda ser tarefa de um humano, mas, na hora de registrar os detalhes do cartão de crédito que alguém perdeu, a ligação seria transferida a um software-robô de preenchimento de formulários.

Os robôs, acrescenta Bathgate, não são muito bons em pedir desculpas a um cliente, mas trabalham melhor que um ser humano no preenchimento de fichas.

"Eles não são capazes de empatia, inteligência humana, simpatia, criatividade ou espírito empreendedor, mas podem executar tarefas repetitivas", afirma.


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