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Argentina admite pela primeira vez negociar com seus credores

Cristina diz que país tem 'boa-fé' para pagar dívidas; valor disputado chega a US$ 15 bilhões

Em discurso, presidente lembra acordo feito com nações do Clube de Paris para mostrar vontade de negociar

FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRES

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acenou pela primeira vez com a possibilidade de negociar com os fundos de investimento com os quais briga na Justiça.

"Queremos cumprir [o pagamento] com todos os nossos credores. Com os que aceitaram as renegociações de 2005 e 2010 e também os que não aceitaram", ela afirmou nesta sexta-feira (20) em um discurso pronunciado na cidade de Rosário, durante as comemorações pelo feriado do Dia da Bandeira.

Ela afirmou ter mandado o ministro da Economia, Axel Kicillof, conversar com os advogados que representam a Argentina para que eles "solicitem ao juiz que gere as condições para um acordo benéfico e igualitário para 100% dos credores".

Ela se referia ao juiz federal americano Thomas Griesa, que nesta semana rechaçou uma proposta da Argentina de fazer uma nova troca de títulos da dívida pública do país.

Durante o discurso, ela disse que o país tem "boa-fé" para acertar os empréstimos que tomou e citou os acordos feitos em relação a outros tipos de dívidas para exemplificar a vontade de negociar.

Cristina lembrou do acerto com outros países (no Clube de Paris, que reúne 19 nações credoras) e com a petroleira espanhola Repsol, que foi expropriada pela argentina.

O país tem dois tipos de credores de títulos: aqueles com quem têm acordo (são cerca de 92%) e os com os quais briga na Justiça (8%).

Os primeiros já estavam recebendo -um valor menor, que é a dívida reestruturada.

Entre os outros, chamados de "holdouts", há um, o fundo NML, que derrotou o país na Suprema Corte dos Estados Unidos. O país deve cerca de US$ 1,3 bilhão só a ele.

Se forem levados em conta todos os que estão na mesma situação, a Argentina precisa pagar, entre valores de face, juros acumulados e multa, cerca de US$ 15 bilhões pela conta do governo. As reservas internacionais do país são de US$ 88 bilhões.

Membros do governo argentino haviam afirmado nesta semana que não iriam tentar chegar a um acordo com os "holdouts". O chefe de gabinete, Jorge Capitanich, disse que o Ministério da Economia não iria mandar representantes aos Estados Unidos para negociar.

Com o discurso da presidente, a chance de uma tentativa de acerto aumenta. Segundo o jornal "Wall Street Journal", os fundos se dizem prontos a aceitar um bônus como parte de um acordo.

As fontes do jornal, funcionários do grupo que controla o NML, disseram que estão estudando como foram os acordos com o Clube de Paris, cujos países-membros vão receber US$ 9,7 bilhões, e com a Repsol (US$ 5 bilhões).


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