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Solução dos EUA pode ser saída para zona do euro
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIASO presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, deixou aberta a possibilidade de adotar uma compra de ativos de larga escala como forma de estimular a inflação, que está próxima de 0% no bloco de 18 países.
Segundo ele, os diretores do organismo foram unânimes em seu compromisso de usar "medidas não convencionais" para atingir seus objetivos --entre eles, o de levar a inflação para mais perto de 2%.
A medida seria em linha com as que os EUA vêm adotando desde 2008 e que ficou conhecida como "quantitative easing": comprar de bancos títulos de governos ou empresas para manter baixos os custos de financiamento e estimular os gastos.
Antes, porém, Draghi quer esperar se as medidas tomadas pelo BCE na reunião anterior, em junho, vão produzir efeito.
Na ocasião, o organismo não só reduziu a taxa básica de juros, para 0,15%, como também deixou negativa (-0,1%) a taxa que o BCE paga aos bancos que deixam seu dinheiro depositado na instituição.
Na prática, isso significa que as instituições financeiras terão de pagar à autoridade monetária se quiserem deixar dinheiro parado no organismo.
Com isso, o BCE quer estimular o dinheiro a girar, ou seja, que os bancos emprestem a consumidores e empresas.
Além de uma taxa de desemprego que permanece alta (11,6% em maio), a economia da zona do euro parece caminhar cada vez mais para um cenário de deflação --e Draghi quer evitar que ele se confirme.
A deflação indica que os consumidores não estão dispostos a gastar e que as empresas estão baixando os preços para atraí-los.
Para cortar preços, as companhias têm de diminuir custos, muitas vezes demitindo trabalhadores, em um ciclo negativo para a economia.
Em junho, a inflação na zona do euro foi de 0,5%.