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Fundo credor acusa Argentina de não negociar
Segundo NML, que Buenos Aires chama de "abutre", país espera prazo expirar dia 30
Um fundo de investimentos envolvido no impasse sobre a dívida da Argentina afirmou nesta sexta-feira (18) que o governo em Buenos Aires se recusa a negociar um acordo antes de 30 de julho, quando expira o prazo para evitar um novo calote do país.
"O governo argentino parece estar determinado a entrar em default. Torçamos para que optem por evitar esse beco sem saída", afirmou um porta-voz do fundo NML, que levou o caso da dívida argentina para a Justiça dos EUA e venceu, em comunicado.
O prazo determinado pelo juiz americano Thomas Griesa e referendado pela Suprema Corte americana para o pagamento dos credores era 30 de junho, com carência de 30 dias antes que seja determinado o calote oficial.
Na última semana, representantes do governo argentino estiveram em Nova York para conversar com o mediador do caso, Daniel Pollack, e tentar, novamente, suspender a execução da sentença por Griesa, ganhando tempo.
O temor da Argentina é que, ao pagar o valor integral da dívida aos "holdouts" (credores que recusaram um acordo pelo qual receberiam o que lhes é devido mediante desconto de 70%), os detentores dos títulos reestruturados exijam iguais condições.
Uma cláusula contratual que vence em dezembro ampararia o eventual processo.
A Argentina entrou em default em 2001. A reestruturação, proposta em 2010, foi acatada por 92,4% dos credores, que passaram então a receber o valor descontado.