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BC deve manter foco no controle da inflação

Avaliação é que preços vão continuar sob pressão e que não há cenário para corte de juros, apesar do freio na economia

Planalto sabe que inflação, por pesar diretamente no bolso, é pior em termos eleitorais do que um PIB menor

VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

Mesmo com a economia quase parada e gerando preocupação no governo Dilma Rousseff, a inflação "ainda alta e resistente" se mantém como o principal foco do Banco Central no curto e no médio prazo.

Segundo assessores presidenciais, apesar das apostas do mercado financeiro e do desejo de alguns setores da equipe da presidente, o BC não enxerga pela frente um cenário que permita reduzir a taxa básica de juros, hoje em 11% ao ano.

De acordo com um auxiliar presidencial, a leitura correta da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC desta semana, que manteve a taxa de juros inalterada, é que "a decisão tem que ser olhada pelo binóculo da inflação, e não da atividade econômica".

A equipe do Banco Central, segundo relato de assessores presidenciais, trabalha com um cenário que contem- pla uma inflação "ainda elevada e resistente nos próximos trimestres".

Pelo mais recente relatório de inflação do BC, divulgado no mês passado, o IPCA, índice oficial do sistema de metas, ainda estará em torno de 6% no terceiro trimestre de 2015. Em outras palavras, ainda demandando cuidado na condução da política de juros.

Na visão do governo, o BC acredita, por sinal, que, mantidas as atuais condições monetárias, a resistência da inflação só tende a diminuir "mais intensamente" no segundo trimestre de 2016, quando ficaria na casa de 5%, aproximando-se, enfim, do centro da meta, de 4,5%.

PRESSÃO

Apesar de a inflação ser apontada no Palácio do Planalto como a principal inimiga da candidata Dilma Rousseff, setores do governo manifestam o desejo de que o BC planeje uma queda dos juros ainda neste ano.

Os mais recentes dados ruins da economia, reforçando as previsões de que o PIB (Produto Interno Bruto) crescerá pouco acima de 1% neste ano, acenderam o sinal de alerta no governo.

Alguns assessores presidenciais temem que a dose da política monetária ministrada pelo BC desde 2013, que fez a taxa subir de 7,25% para 11% ao ano, leve o país a crescer menos de 1% --dado que seria muito negativo num ano eleitoral, em que Dilma tenta a reeleição.

O receio de que essa pressão política, ainda tímida, possa crescer, já que a tendência é de piora na atividade econômica, levou auxiliares presidenciais a mandar o recado de que a orientação para o Banco Central é segurar a inflação.

O Planalto sabe que inflação alta é pior em termos eleitorais que taxas de crescimento baixas. Preços em alta afetam diretamente o bolso do eleitor. PIB pequeno tem efeito mais de médio e longo prazos.

E o cenário à frente indica ainda sobressaltos na inflação. Em junho, o IPCA bateu em 6,52% nos acumulado em 12 meses --superou o teto da meta para o ano fechado. Em julho, pode bater em 6,70%.

A própria projeção de inflação mensal mostra que a de setembro, mês chave da eleição, será maior do que a de julho.


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