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Em busca de eficiência, empresas cortam cargos de média gerência

DE SÃO PAULO

De 72 cargos de supervisores classificados pelo Ministério do Trabalho, apenas três contrataram mais do que demitiram entre 2007 e 2013.

O número reflete uma profunda transformação em curso na estrutura de cargos das empresas brasileiras. Para aumentar a eficiência e reduzir custos, elas vêm cortando níveis hierárquicos.

O movimento, que segue uma tendência internacional, tem levado à eliminação de cargos de média gerência.

O posto de supervisor administrativo é a profissão que mais eliminou vagas no Brasil nos últimos seis anos. Juntos os 72 tipos de supervisores existentes tiveram um saldo de geração de vagas negativo em 250 mil.

"Antes, existiam cinco, seis níveis hierárquicos. Hoje, há dois ou três. A grande tônica nas empresas é a redução do organograma para aumentar a produtividade", afirma Rafael Souto, CEO da Produtive, especializada na transição de carreiras.

A tendência facilita a gestão das empresas.

"Uma empresa não consegue despromover alguém, mas pode reduzir o bônus", diz Carlos Eduardo Ribeiro, sócio da Hub Talent, empresa de recrutamento.

Especialistas ressaltam que o avanço tecnológico facilita o movimento.

"A tendência é que as rotinas administrativas que possam ser codificadas desapareçam", diz o economista Simon Schartzman, presidente do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e da Sociedade).

Se por um lado, reduzem os cargos de média gerência, por outro, as empresas investem na contratação de auxiliares e analistas e em áreas como marketing e pesquisa de mercado.

"Isso tem ocorrido porque as empresas têm investido mais em sua própria operação", diz Ribeiro.

Segundo Luís Testa, responsável pela área de pesquisa da Catho, o próprio avanço da tecnologia explica a maior contratação de determinados profissionais.

"Todas as tecnologias de canais de venda são muito novas. Por isso há uma demanda grande por cargos mais técnicos", diz.

Parte dos profissionais que perdem postos de supervisão e coordenação têm sido realocados em posições de especialistas sênior.

Foi o que ocorreu com José Vicente dos Santos quando seu cargo de coordenação foi extinto e ele assumiu um posto de especialista para tocar um projeto. Ele ressalta que a transição traz riscos.

"Quando o projeto terminou, fiquei sem função. É importante ter muito claro qual é o plano da empresa, pois há o risco de você ficar à deriva", afirma ele que, hoje, atua como consultor independente de inteligência de mercado.


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