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Acordo entre dona da Louis Vuitton e Hermès encerra 'guerra das bolsas'

Acerto reduz participação da LVHM na marca familiar de luxo e encerra conflito de quatro anos

Ações do conglomerado ligado a Dior e famoso por logotipos saltam 130%; empresa menor festeja independência

ADAM THOMPSON DO "FINANCIAL TIMES", EM PARIS

A LVMH, dona da marca de bolsas Louis Vuitton, abriu mão da batalha pela Hermès e pôs fim a quatro anos de guerra entre o Golias do setor de luxo e sua rival, uma empresa de controle familiar.

A trégua, anunciada nesta quarta (3), parece uma vitória para a família Hermès, que prometeu tirar a LVMH de sua estrutura de capital e ergueu barreiras complexas para manter sua independência.

O acordo dá a Bernard Arnault, homem mais rico da França e presidente da LVMH, uma saída honrosa para reduzir a participação acionária de 23,2% que construiu na Hermès para 8,5%.

O dono das marcas Guerlain, Céline, Fendi e Bulgari ainda saiu no lucro.

A LVMH havia sido multada em € 8 milhões pelas autoridades regulatórias pelo uso que fez de derivativos (tipo de contrato negociado no mercado financeiro) para obter 17% da Hermès em 2010. Agora, a Hermès, comandada por Axel Dumas, concordou em abandonar todas as disputas judiciais pendentes.

Os dois lados se declararam "extremamente felizes por as relações entre os dois grupos, representantes do savoir-faire' francês, terem agora sido restauradas".

A LVMH declarou, quando revelado que ela havia formado uma participação acionária na rival, que se tratava apenas de investimento financeiro. Arnault chamou a Hermès de "companhia magnífica", para a qual tinha só "boas intenções".

Mas a Hermès, famosa pelas bolsas ultrachiques e comandada há seis gerações pela família de Dumas, via no magnata um predador interessado em dividir os 70 acionistas familiares que controlam o grupo e lançou contra ele uma campanha que incluiu declarações equiparando-o a um sedutor que estupra a mulher que deseja.

OPOSTOS

Na França, a rixa era vista como confronto de opostos na moda, setor que movimenta € 217 bilhões ao ano.

A reputação da LVMH vem da ousadia e ambição, com a aquisição incansável de marcas de luxo. As malas, bolsas e acessórios cheias de logotipos da Louis Vuitton, maior geradora de receita da LVMH, são muitas vezes vistas como as chamativas joias de rappers no mundo do luxo.

Já a Hermès se orgulha das raízes familiares e da abordagem artesanal. Sua capacidade de produção menor elevou seus dois modelos mais famosos, as bolsas Kelly e Birkin, ao status de produtos cult entre as consumidoras ricas.

Com o acordo, os investidores da LVMH receberão uma ação da Hermès para cada 21 ações da LVMH que tenham. Os principais investidores do grupo incluem a Christian Dior, com 42% da LVMH, e o grupo Arnault, com 5%. A operação deve ocorrer até 20 de dezembro.

O acordo levou as ações da LVHM a subirem 130% e as da Hèrmes a caírem 3,4%.

"A solução dos conflitos tem uma consequência direta: a redução no apelo especulativo da Hermès, que volta a ser uma companhia de capital aberto normal", disse Luca Solca, analista do Exane BNP Paribas.


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